Por diversas vezes presenciei discussões, muitas delas acirradas, sobre o “pseudônimo” de Doutor atribuído pela população a médicos e advogados, mesmo que estes não tenham defendido uma tese num programa de doutorado. O hábito de chamar advogados e médicos de Doutor vem do período colonial. Nessa época, o termo era utilizado para se referir aos que tinham estudado fora do país, e a maioria dos jovens ricos cursavam medicina ou direito. O fato que me fez escrever este artigo é que, ainda hoje, os médicos continuam sendo chamados de Doutor. Essa tradição é reforçada por boa parte dessa classe profissional, que usa o termo em cartões de visita, placas de identificação, perfis nas redes sociais e, inclusive, ao se referirem a outros médicos. Visto isso, lhe pergunto: nós, farmacêuticos, também devemos nos autodenominar Doutores?