A farmacêutica mineira Pharlab, de Lagoa da Prata (MG), começa a produzir, este mês, o dimesilato de lisdexanfetamina, que até então era comercializado com o nome fantasia Venvanse. O medicamento, utilizado para o tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), foi desenvolvido pelo laboratório japonês Takeda, mas teve a patente expirada no domingo passado (2/6).
Com o lançamento do genérico no mercado brasileiro, esta será uma oportunidade de ampliação para o tratamento de pacientes com o distúrbio, já que a previsão é de que o remédio seja cerca de 35% mais barato se comparado ao medicamento de referência.
Atualmente, uma caixa com 28 cápsulas, de 50 miligramas, chega a custar até R$ 540 no varejo. No caso do genérico da Pharlab, ele também deve ser vendido em três dosagens - 30mg, 50mg e 70mg, assim como o produto de referência. O medicamento tem autorização da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento do TDAH desde 2010.
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ESTATÍSTICAS NO BRASIL
Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), atinge, hoje, cerca de dois milhões de pessoas no Brasil e é caracterizado por hiperatividade, desatenção e impulsividade. A maior incidência, de acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), ainda é em crianças: cerca de 3% a 5% da população mais jovem de todo o mundo. O transtorno neurológico, que afeta o paciente ao longo da vida, incluindo na fase adulta, tem poucos achados na literatura médica e raros dados estatísticos sobre como é ser vivida na maioridade.
O TDAH só passou a ser considerado um transtorno no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) a partir de 1992. Ou seja, as primeiras gerações diagnosticadas chegaram à vida adulta há pouco tempo.
Para crianças, existe um consenso médico sobre o que funciona como tratamento: normalmente é a combinação de uso de alopáticos, com a realização de atividades físicas frequentes e acompanhamento de um psicoterapeuta.
No caso dos alopáticos, a prescrição médica frequentemente inclui estimulantes do sistema nervoso central, tudo para melhorar a concentração, diminuir a ansiedade e a hiperatividade, trazendo, assim, outros benefícios de melhora cognitiva.
LEI DE PATENTES
De acordo com a lei Nº 9.279, de 14 de maio de 1996, conhecida popularmente como Lei de Patentes, as patentes médicas têm duração de 20 anos. Quando esse período termina, os remédios podem ser produzidos de forma genérica, o que geralmente barateia o custo de produção.
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