Covid-19: médico se automedica com anitta e cloroquina e morre aos 32 anos

Covid-19: médico se automedica com anitta e cloroquina e morre aos 32 anos

Médico intensivista de 32 anos que atuava na linha de frente de combate ao novo coronavírus morreu por Covid-19 na segunda-feira 20/4. Aos colegas relatou em mensagens de aplicativo que havia se automedicado com cloroquina e Anitta, entre outras substâncias.

Frederic Jota Lima não tinha comorbidades, segundo informou a família, era jovem e estava empenhado no combate à pandemia, atuando em hospitais da capital paulista e na região do ABC. Ele trabalhava em duas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), uma em Itaquera, na zona leste de São Paulo, e outra em Rudge Ramos, em São Bernardo do Campo.

Nas mensagens trocadas com amigos e divulgadas pela CNN, Lima relata febre alta, tosse seca e o uso de vários medicamentos, incluindo cloroquina, dipirona, paracetamol, claritromicina, Anitta, entre outros. Ele ainda mandou uma imagem do exame de raio-x, que foi feito dias antes da morte.

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Em resposta, como descreve a CNN, o médico recebe a orientação do colega médico de fazer uma tomografia dos pulmões e “possivelmente internar para receber oxigênio suplementar”. Ele responde que está sem convênio. No dia seguinte, Lima avisa que teve piora e que foi até o Hospital Emílio Ribas. “Que seja o que Deus quiser. A febre voltou e não passou mais”, escreveu no aplicativo de mensagens.

Segundo fontes médicas do hospital informaram ao jornal O Globo, ele chegou sozinho de carro de aplicativo, em estado muito grave, e foi levado ao pronto-socorro. Com muita dificuldade para respirar, chegou a ser entubado, mas não resistiu.

O Hospital Santa Marcelina, que operava a UPA de Itaquera, lamentou o ocorrido. Em nota afirmou que “a APS Santa Marcelina comunica com pesar o falecimento do colaborador Frederic Jota Lima, nesta segunda-feira. Frederick atuava como médico clínico, desde novembro de 2018, na UPA 26 de Agosto. A Família Marcelina expressa suas condolências à família e sua equipe de trabalho, nesse momento de luto. E em oração, pede a Deus que conforte o coração de todos”.

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A irmã do médico, Eva Tolvana, que vive no Pará, disse ao Jornal Hoje, da TV Globo, que chegou a conversar com ele no domingo. “Ele estava apresentando tosse. No domingo de madrugada, teve falta de ar e foi para o hospital. Consegui falar com ele por mensagem no domingo pela manhã. Ele falou que estava ruim e já não visualizou mais minhas outras mensagens. Em 50 minutos não estava mais on-line. No meio do dia, um amigo dele me ligou dando a notícia. Ele se sentiu mal, tentaram entubar, mas ele teve uma parada cardíaca e não resistiu”, contou a irmã na entrevista.

Uso de cloroquina envolve riscos elevados

Segundo o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, em entrevista à CNN, a pasta ainda não tem informações mais detalhadas sobre o caso do médico paulista. Contudo, frisou que a automedicação não é orientada pela secretaria, mas entende que usar a cloroquina trata-se de “uma decisão clínica de cada profissional”.

Na visão do professor titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro da Comissão Científica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Mauro Teixeira, o risco de tomar uma droga como a cloroquina é imenso. “A hidroxicloroquina, por exemplo, pode causar anemia hemolítica e matar. Essa droga é para quem tem malária e doenças autoimunes, como artrite reumatoide e lúpus. Seu uso precisa de acompanhamento médico”, adverte. O professor afirma que apenas em casos extremos a droga está sendo empregada contra a Covid-19. “Porque são pessoas para as quais não há mais opção e estão à beira da morte. Para elas, o benefício é maior do que o risco”.

O presidente de um dos maiores hospitais privados do País, Sidney Klajner, do Albert Einstein, também defende parcimônia na utilização da cloroquina no tratamento da Covid-19. O medicamento é visto com cuidado, pois ainda não há provas contundentes sobre a eficácia da droga para combater a infecção pelo novo coronavírus. “A evidência científica não é robusta o suficiente”, salienta Klajner.

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