Ao adquirir o tradicional creme pós-sol Caladryl e sua família de produtos, a EMS reforça a estratégia de aumentar representatividade no segmento de medicamentos isentos de prescrição (MIP). O negócio com a Cellera Farma girou em torno de R$ 10 milhões a R$ 15 milhões, revelou o Valor.
Segundo o diretor médico-científico da EMS, Roberto Amazonas, o laboratório tem apenas seis linhas de produtos dentro da divisão MIPs, sem contar a nova aquisição. “A companhia enxerga o segmento de MIPs como uma forma de extensão de marca. E o Caladryl é um medicamento com mais de 50 anos de mercado. Estamos atentos às novas oportunidades de mercado e sempre temos o interesse em medicamentos isentos de prescrição”, disse Amazonas ao jornal.
Caladryl é utilizado para aliviar a pele após longos períodos de exposição solar e, desde meados de 2019, conta também com novos produtos. A Cellera comprou a marca em 2017 e ampliou a linha com o lançamento de protetores solares, além de revitalizar as embalagens e desenvolver nova identidade visual.
Segundo Amazonas, a negociação foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) em 12 de julho. “A negociação com a Cellera envolveu também a compra da tecnologia e, com isso, a produção da linha será transferida à EMS”.
O executivo revelou ainda que a meta da companhia é dobrar o faturamento do Caladryl nos próximos dois anos. Atualmente, a família de produtos vende cerca de R$ 5 milhões por ano. “É um mercado muito pulverizado e essa linha tem participação de 14% no segmento de produtos pós-sol e protetores solares. Queremos a liderança e para isso, teremos que deter uns 20% de fatia de mercado. Em cinco anos, nossa meta é chegar ao share (participação) de 30%”, ressaltou Amazonas.
Para o vice-presidente da EMS, Marcus Sanchez, a iniciativa faz parte de uma diretriz da empresa, no sentido de adquirir marcas maduras para aumentar sua participação nesse segmento. “Pretendemos agregar novos projetos e ampliar a presença da linha Caladryl nos pontos de venda”, afirmou ao Valor.
Já o CEO da Cellera Farma, Omilton Visconde Junior, disse ao jornal que com o negócio a empresa diminui a presença em MIPs e foca o seu portfólio no de medicamentos de prescrição médica, principalmente com produtos voltados para o sistema nervoso central, gastroenterologia e pediatria. “Estamos trabalhando para firmar novas parceiras e atentos às oportunidades de mercado. Além de discutir a extensão de linha dentro da parceira com a Janssen”, afirmou Visconde Junior.
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As linhas de MIPs têm aumentado ao longo dos anos, com diversas opções ao consumidor. Contudo, mesmo isentos de prescrição médica, esses produtos necessitam de orientação antes de serem adquiridos. O farmacêutico é o melhor indicado para guiar os pacientes sobre o uso correto desses produtos.
“O farmacêutico é legalmente autorizado a prescrever medicamentos isentos de prescrição médica e tem o dever de orientar o seu uso correto e cuidadoso, evitando ou reduzindo seus efeitos adversos”, destaca o farmacêutico e professor da pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica no ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni
“O farmacêutico antes de prescrever esse tipo de medicamento deve estar atento aos sinais e sintomas do paciente, assim como deve questioná-lo sobre alergias e problemas anteriores com determinado produto, evitando possíveis resultados negativos relacionados ao medicamento”, completa Poloni.
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