O papel do farmacêutico oncológico em humanizar os cuidados paliativos

O papel do farmacêutico oncológico em humanizar os cuidados paliativos

Os cuidados paliativos são muito importantes para pacientes oncológicos, proporcionando alívio para sintomas como dor, falta de ar, náusea e fadiga, além de oferecerem suporte emocional, social e espiritual. Eles ajudam o paciente a ter uma melhor qualidade de vida, mesmo diante da doença e auxiliam na tomada de decisões sobre o tratamento. Ainda apoiam a família durante todo o processo. Cabe ressaltar que os cuidados paliativos não são voltados apenas para os pacientes que estão em fase terminal, podendo ser iniciados a partir do diagnóstico.

O papel do farmacêutico nos cuidados paliativos em pacientes oncológicos consiste em auxiliar o tratamento dos sintomas de uma forma que garanta alívio e conforto, além de se preocupar com a terapia medicamentosa adequada, orientação sobre possíveis reações aos medicamentos e controle de efeitos adversos.

“Primeiramente, precisamos abrir a mente e entender a fundo o que são cuidados paliativos. Muitas pessoas acreditam que cuidado paliativo é quando não temos mais nada para fazer pelo paciente ou apenas esperar pelo óbito. Cuidado paliativo é uma ciência nobre dentro da Medicina, é entregar qualidade de vida aos pacientes, que de fato, não possuem mais terapêutica curativa, mas seguem vivos. Sua importância é a de oferecer dignidade e qualidade de vida a todos, respeitando o corpo humano e os desejos, valores e crenças do indivíduo. Temos a oportunidade, através dos cuidados paliativos, de cuidarmos do outro com amor, vocação a profissão e acima de tudo, humanidade”, fala o mestre em Farmacologia, coordenador de Oncologia de um hospital e professor do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Leonardo Daniel Mendes.

Segundo Mendes, os pacientes em cuidados paliativos necessitam de todo time multiprofissional com olhar atento e clínico, uma vez que ele, diversas vezes, estará com uma prescrição extensa e com possíveis complicações. O farmacêutico necessita acompanhar as prescrições médicas, com olhar atento para possíveis interações medicamentosas, além de ajustes de doses, controle álgico, compatibilidades e reações relatadas pelo paciente, a fim de garantir que os medicamentos não contribuam para uma piora dos sintomas.

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Em se tratando de problemas relacionados à terapia medicamentosa, o professor destaca que essa é uma dificuldade que muitos farmacêuticos passam rotineiramente, uma vez que o paciente oncológico apresenta diversas complicações decorrentes da doença de base, portanto, para conseguir diferenciar se o problema é decorrente da doença ou de medicamentos, por exemplo, o profissional precisa acompanhar diariamente essa pessoa, para identificar possíveis mudanças no quadro.

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O acompanhamento precisa ser para além de apenas análise de prescrições e, sim, em visitas multidisciplinares, onde ocorrem discussão do quadro do paciente e todos os profissionais da equipe multidisciplinar relatam informações importantes, garantindo, dessa forma, conhecimento geral do estado de saúde do paciente. “Somente com esse acompanhamento o farmacêutico conseguirá identificar problemas relacionados aos medicamentos”, garante Mendes.

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Principais estratégias de manejo de sintomas e dor em pacientes em cuidados paliativos

O paciente oncológico costuma passar por experiências desagradáveis relacionadas a dor. Atualmente, de acordo com o professor, a palavra dor deve ser proibida em todo cenário, principalmente no paciente em ambiente hospitalar, onde há monitoramento diário. O farmacêutico consegue, de maneira ágil e eficiente, acompanhar as escalas de dores dos pacientes, além de ter acesso à prescrição com os medicamentos que estão direcionados ao paciente.

“Se o paciente apresenta uma escala de dor elevada, cabe ao farmacêutico garantir que a prescrição contemple medicamentos analgésicos mais fortes, além de associações e aprazamentos adequados. Hoje, a clínica possui diversos medicamentos, estratégias e associações para garantir analgesia plena. Mas vale lembrar que o inverso também é verdadeiro, caso a escala de dor do paciente seja baixa, não é pertinente estar prescrito medicamentos potentes, uma vez que podem gerar problemas e reações desnecessárias”, explica o especialista.

A adesão ao tratamento medicamentoso é essencial para garantir a qualidade de vida do paciente. Cabe ao farmacêutico identificar problemas de adesão, seja acompanhando o prontuário médico ou mesmo as visitas onde a equipe de enfermagem relata dificuldades em administração de medicamentos.

Mendes lembra que os pacientes em cuidados paliativos muitas vezes utilizam sondas para administração de alimentos e medicamentos. O farmacêutico precisa conhecer as propriedades dos fármacos para saber se podem ser macerados, se podem ser administrados via sonda, como deve ser feita a diluição para garantir que a ação não seja perdida.

O professor não descarta a possibilidade de ocorrerem problemas decorrentes do uso de medicamentos, uma vez que a maioria dos pacientes em cuidados paliativos são de idade avança. Para minimizar os efeitos indesejados, o farmacêutico precisa estar ciente dos possíveis efeitos dos medicamentos e, principalmente, das interações medicamentosas entre as drogas prescritas.

“Muitas vezes, simples ações, como mudança de horário de administração, pode garantir maior sucesso terapêutico. Não tem fórmula mágica para isso, o caminho é estudo e acompanhamento diário do paciente”, afirma Mendes.

Comunicação efetiva do farmacêutico com a equipe de cuidados paliativos, pacientes e seus familiares é fundamental

A comunicação efetiva é de extrema importância na equipe de cuidados paliativos, pacientes e seus familiares, uma vez que permite um melhor entendimento sobre o quadro clínico, tratamento e prognóstico do paciente, além de promover um ambiente de confiança e segurança. A comunicação adequada também ajuda a identificar e abordar melhor as necessidades e expectativas dos pacientes e familiares, permitindo uma abordagem mais humanizada e aprimorando a qualidade da assistência prestada.

“A comunicação é peça chave nos pacientes em cuidados paliativos. O paciente pode apresentar mudança no quadro repentinamente e isso deve ser difundindo para toda equipe. Falando em comunicação, é muito importante dar ouvido ao paciente. A escuta ativa e reflexiva é instrumento fundamental em cuidados paliativos para coletar elementos que podem auxiliar a comunicação e estabelecer seus limites, facilitando o encontro terapêutico e entendendo as necessidades do paciente. Gerar confiança e cumplicidade com a família e com o paciente garante melhores resultados terapêuticos”, garante Mendes.

Os farmacêuticos são essenciais nos cuidados paliativos, reforça o especialista, porque são detentores dos conhecimentos dos medicamentos, compatibilidades farmacêuticas, efeitos colaterais e alternativas terapêuticas disponíveis em cada instituição.

A contribuição farmacêutica vai muito além apenas de medicamentos, pois a correta assistência pode ajudar a desmistificar os medos e receios dos pacientes e familiares quando inseridos nos cuidados paliativos.

“Cabe ao farmacêutico sempre se aprimorar e estudar as classes medicamentosas, principalmente medicamentos no combate a dor, para sempre oferecer o melhor aos pacientes. Tratar um paciente em cuidado paliativo é um grande desafio, pois não podemos ter uma polifarmácia com interações e efeitos colaterais, mas também temos que controlar todos os sintomas do paciente, porém, uma vez bem-feito, a assistência farmacêutica nos cuidados paliativos entrega humanidade, esperança e qualidade de vida nesse momento delicado”, reitera o professor.

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