Com o objetivo de combater o avanço da variante Delta pelo Brasil, o Ministério da Saúde (MS) anunciou, nesta segunda-feira (26/07), que vai reduzir o intervalo entre as doses da vacina contra a Covid-19 da Pfizer de três meses para 21 dias.
Conforme publicado pelo portal Estado de Minas, a decisão foi anunciada pelo secretário executivo do MS, Rodrigo Cruz. No entanto, ele ainda não definiu a data em que a medida será adotada no país, pois, vai depender de quantas doses a farmacêutica enviará para o Brasil em agosto.
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“Vamos conversar com o laboratório para ver qual o cenário do próximo mês de entrega das doses. Além da questão da epidemia, precisamos verificar o cenário de abastecimento”, explicou Cruz.
Cabe lembrar que a bula da Pfizer já recomenda o intervalo de 21 dias para aplicações das doses da vacina. No entanto, o Brasil ampliou o prazo para possibilitar que mais pessoas recebessem a primeira dose do imunizante.
Quanto à eficácia contra a variante Delta, uma pesquisa do laboratório francês Pasteur indica que a primeira dose da Pfizer tem uma proteção de apenas 10%. Enquanto isso, com duas doses tomadas, a taxa sobe para 95%.
Menor intervalo, maior resposta às variantes
Para o infectologista Marcelo Otsuka a mudança é uma boa ação para combater de forma imediata e ampla o novo coronavírus e suas variantes. Em entrevista à CNN Brasil ele defendeu que quanto mais rápido o Brasil completar o esquema vacinal, melhor o país terá uma resposta ao vírus.
Ele destaca que há estudos que comprovam que o prazo maior entre as doses traz uma resposta melhor. Mas, em vista do avanço das novas variantes circulando pelo país, o adiantamento é uma alternativa para combatê-las:
“É lógico que se demorasse mais tempo para a aplicação da segunda dose poderia atingir uma resposta final melhor, mas, neste momento, é preciso melhorar agora a resposta, o mais rapidamente possível porque há o vírus e as variantes circulando”.
Proteção contra novas variantes
O surgimento de variantes é algo comum a qualquer vírus. Porém, especialistas destacam que poucos são os casos em que essas mutações se tornam preocupantes (leia a notícia completa aqui).
No caso da Covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mapeou apenas quatro variantes mais agressivas: a Alpha (Reino Unido), Beta (África do Sul), Gama (Brasil) e Delta (Índia). Em comum, todas elas estão circulando pelo Brasil.
Mas como impedir que essas variantes se disseminem e atinjam mais pessoas?
Além da vacinação, o farmacêutico e professor da pós de Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica do ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni, destaca que outra ação eficaz para conter as novas variantes é a continuidade das medidas preventivas contra a Covid-19.
“Para a saúde pública não entrar em colapso, evitar altas taxas de transmissão do vírus e novas variantes, há a necessidade do uso de máscaras, distanciamento social, lavar sempre que possível as mãos e utilizar álcool 70%”, recomendou Poloni, em recente entrevista à equipe de jornalismo do ICTQ.
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