Com o surgimento de novas variantes da Covid-19 muitas pessoas se questionam de onde elas vêm e como ocorrem essas mutações do novo coronavírus.
Em entrevista ao portal IG, alguns cientistas explicaram essas e outras questões envolvendo as novas variantes da Covid-19, que podem ter potencial de tornar o vírus mais transmissível e mais perigoso. Os pesquisadores sintetizam que os vírus são organismos muito simples e que sofrem processos de transformação de maneira recorrente. Logo, essas mutações são normais e acontecem com todos os vírus, inclusive com o Sars-CoV-2.
O imunologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Ricardo Khouri, explica como se dá essa mutação no caso do vírus da Covid-19.
“O Sars-CoV-2 possui um genoma que armazena as informações de suas características moleculares e biológicas. Durante o processo de replicação viral dentro da célula, o vírus sofre diversas mutações, a grande maioria deletéria, que poderão ser mantidas nas próximas gerações virais por favorecer ou simplesmente não prejudicar o processo replicativo do vírus”.
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Complementando Khouri, o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, aponta que é normal as variantes surgirem, inclusive em um número muito grande. Porém, ele diz que poucas se tornam realmente preocupantes.
No caso da Covid-19, ele pontuou que, até o momento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mapeou apenas quatro variantes preocupantes: a Alpha (Reino Unido), Beta (África do Sul), Gama (Brasil) e Delta (Índia).
Kfouri falou que as mutações ocorrem no organismo de cada pessoa: “A variante acontece dentro de nós mesmos. Dentro do meu corpo tem vírus diferentes cada vez que ele se multiplica. Quanto mais ele circula e se multiplica maior a chance de surgir mais variantes”, explicou.
O que faz surgir uma variante?
Os especialistas são categóricos ao responder que a alta circulação de pessoas e o descontrole da doença são fatores cruciais que contribuem com o surgimento de novas cepas do vírus.
O médico e epidemiologista José Geraldo destacou que a melhor forma de controlar a doença é manter os protocolos recomendados pelas entidades de saúde. “As medidas de contenção, principalmente a vacinação com as duas doses, o afastamento social, o uso de máscaras, impactam diretamente o surgimento de variantes”.
Ele endossa ainda a importância da vacinação em âmbito global, em especial, atingindo os países mais pobres, pois, “se grande parte do mundo, que é constituída de países de baixo rendimento, não for vacinada, esse risco de surgimento de variantes e a sua disseminação pela população mundial vão continuar”.
Proteção contra novas variantes
O farmacêutico e professor da pós de Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica do ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Thiago de Melo, em recente entrevista à equipe de jornalismo do ICTQ, recordou que uma das ações mais eficazes para conter o surgimento de novas variantes é seguir mantendo todas as medidas preventivas contra a Covid-19.
“Com menos Sars-CoV-2 circulantes, o impacto sobre as novas variantes mutantes também pode ser suavizado, afinal, com menos ‘casas’ para o vírus morar, menos chance de ele trocar seus códigos", disse ele.
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