O Ministério da Saúde (MS) prevê gastar R$ 250 milhões para oferecer hidroxicloroquina e azitromicina no programa Farmácia Popular. O plano prevê reembolsar farmácias conveniadas para que distribuam de graça os medicamentos que compõem o chamado “kit covid”, revelou o Estadão.
Com 2,5 milhões de comprimidos de hidroxicloroquina encalhados nos estoques, o MS planeja gastar ainda mais para oferecer o medicamento, além do antibiótico azitromicina, nas farmácias populares. Essa verba de R$ 250 milhões permitiria ao governo comprar 13,18 milhões de doses da vacina produzida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório Astrazeneca, ao preço de R$ 18,95 por unidade, suficiente para imunizar quase 7 milhões de pessoas, segundo apurou o jornal.
O plano do MS prevê reembolsar os estabelecimentos conveniados para que distribuam de graça os produtos que compõem o infame ‘kit covid’. Essas drogas não têm eficácia comprovada contra o novo coronavírus, mas se tornaram aposta do governo Jair Bolsonaro para ‘enfrentar’ a pandemia. Será preciso prescrição médica para retirar o kit covid.
Agora, a ideia é usar dinheiro público para distribuir gratuitamente em farmácias. Vale destacar que os comprimidos de hidroxicloroquina encalhados não fazem parte do kit. Segundo a tabela de preços definida pelo Governo Federal, custa R$ 25 cada caixa com dez comprimidos de sulfato de hidroxicloroquina 400 mg, medicamento indicado na bula para artrite reumatoide, lúpus e malária. Já dez comprimidos de azitromicina 500 mg valem R$ 35.
Replicando a opinião do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Bolsonaro vem, desde o início da pandemia, apostando na cloroquina como panacéia para o tratamento da Covid-1, mesmo após uma série de estudos, realizados em diferentes países, não conseguirem comprovar qualquer benefício do produto.
Mesmo assim, Bolsonaro determinou que o Laboratório do Exército aumentasse de forma exponencial a produção da droga. Foram mais de 3,2 milhões de comprimidos produzidos. Em novembro havia mais de 400 mil unidades em estoque, apurou o Estadão.
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O País também recebeu cerca de 3 milhões de comprimidos de hidroxicloroquina dos Estados Unidos e da farmacêutica Sandoz, mas ainda não conseguiu distribuir nem 500 mil unidades. Além da baixa procura, o fármaco foi enviado em caixas com 100 ou 500 comprimidos e precisa ser fracionado, com custo repassado a Estados e municípios.
Ministério da Saúde não comenta com a imprensa sobre o estoque de hidroxicloroquina existente e a inclusão do medicamento no Farmácia Popular.
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