No sábado (27/06), o Ministério da Saúde (MS) anunciou uma parceria com a Universidade de Oxford, do Reino Unido, e com indústria farmacêutica AstraZeneca, para a produção e desenvolvimento da vacina que tem mais chances de ser eficaz contra o novo coronavírus (Covid-19). Segundo o farmacêutico e secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, (foto), a pesquisa sobre a vacina está em fase avançada de testes. Caso a eficácia da substância seja comprovada, 30,4 milhões de brasileiros poderão ser imunizados até dezembro de 2020.
"Os estudos preliminares, tanto de fase um e de fase dois, mostram que a vacina tem uma capacidade de resposta imunológica bastante significativa. Se os ensaios de eficácia da vacina não se mostrarem seguros para a população brasileira, nós aprenderemos e teremos o avanço tecnológico", revelou Medeiros.
De acordo com o farmacêutico, a pesquisa dessa vacina é uma das mais avançadas no mundo, pois, está na fase três de testes: “Inclusive, o Brasil é membro do conjunto de países que estão testando a vacina nessa fase, por meio da Universidade de São Paulo (USP). Creio que entre dois a cinco mil pacientes brasileiros irão participar desse estudo", revelou.
Medeiros continua: "Portanto, temos uma oportunidade de produzir e avançar com essa parceria. Óbvio, que toda e qualquer entrega [da vacina] à população será realizada mediante critérios farmacológicos, médicos e clínicos que comprovem a segurança e a eficácia da substância, ressalta.
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Em coletiva de imprensa, no Palácio do Planalto, a equipe do MS revelou que o acordo foi realizado em duas etapas. Caso a eficácia da substância imunizante seja comprovada: 15,2 milhões de doses serão entregues em dezembro de 2020, e 15,2 milhões em janeiro de 2021. Nessas etapas, a prioridade será para grupos mais vulneráveis à doença e profissionais de saúde, que atuam na linha de frente no combate ao vírus.
Muitas expectativas
Há muita expectativa em torno desses testes que serão realizados no Brasil. Na sexta-feira (26/06), a cientista da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, confirmou que a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca é a mais adiantada do mundo em termos de evolução.
Investimento e otimismo
Para essa primeira iniciativa, o Governo brasileiro irá investir US$ 127 milhões (aproximadamente R$ 700 milhões), com direito à transferência da tecnologia. Caso a pesquisa confirme a eficácia da vacina, posteriormente as duas primeiras entregas, ainda poderão ser desenvolvidas mais 70 milhões de doses para distribuição por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
"Nesse primeiro momento, o insumo farmacêutico ativo (IFA) vem pronto (do exterior)", afirmou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti Neto.
Se tudo der certo, em território nacional, a tecnologia será desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que deverá ser responsável por preparar a vacina elaborada com tecnologia estrangeira.
Assista ao vídeo com o anúncio do Governo:
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