Tem chamado a atenção da comunidade farmacêutica o fato de o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS), o farmacêutico Arnaldo Correia de Medeiros (foto), ter se tornado o porta-voz do órgão nas coletivas de imprensa. Com o ministério sendo tocado por um interino sem experiência na área de Saúde, Medeiros tem sido a referência para os esclarecimentos à imprensa sobre a Covid-19.
Em meio a uma das maiores crises sanitárias em cem anos, o País completa 40 dias sem um titular no Ministério da Saúde, depois que os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich deixaram o posto. Afinal, o general Eduardo Pazuello ocupa o cargo interinamente. Ele foi antes secretário-executivo da pasta, durante a breve passagem de Teich.
Formado pela Academia Militar das Agulhas Negras como oficial de intendência, posto que responde pela parte de logística e suprimentos do Exército, Pazuello não tem participado das coletivas do Ministério da Saúde. Nas últimas semanas, coube ao secretário Arnaldo Correia de Medeiros fazer a ponte entre o MS e os veículos de comunicação, ocupando espaço de prestígio em rede nacional.
Medeiros é graduado em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), mestre em Bioquímica e Imunologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutor em Ciências Biológicas (Bioquímica) pela Universidade de São Paulo (USP), com programa de Doutorado sanduíche no Imperial Câncer Research Foundation, em Londres, na Inglaterra.
Com experiência acadêmica em saúde, Medeiros atuou como professor de bioquímica, farmacologia clínica e fisiologia e conta ainda com artigos publicados como pesquisador. Na área administrativa, foi superintendente e diretor de Planejamento do Hospital Universitário Lauro Wanderley (UFPB), pró-reitor da UFPB e diretor de Atenção à Saúde e vice-presidente Executivo da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).
Como secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros é o responsável por coordenar ações de vigilância como prevenção e controle de doenças transmissíveis, vigilância de fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, saúde ambiental e do trabalhador e também estudos de análise da situação de saúde da população brasileira.
Imprensa não menciona que o secretário é farmacêutico
Medeiros tem se incumbido de prestar os esclarecimentos sobre o avanço da Covid-19 no Brasil, que nas últimas semanas tem mantido o patamar de mais de mil mortes diárias. Apesar de nesta quarta-feira (24/6) dar destaque à fala do secretário e frisar que mais uma entrevista coletiva do MS acontecia sem a presença do ministro interino da Saúde, o Jornal Nacional, da TV Globo, assim como outros veículos de imprensa, não menciona o fato de ele ser farmacêutico e um dos quadros de saúde a se pronunciar sobre a Covid-19 durante a interinidade do ministério.
Ao abordar o aumento expressivo da doença no País, o JN destacou que, na semana anterior, os técnicos do MS disseram que a doença estaria se aproximando de uma situação de estabilidade, o chamado platô. Mas, ontem, mudaram o discurso e afirmaram que o número de novos casos voltou a acelerar.
“A gente tinha falado na semana anterior que parecia que a curva tenderia a uma certa estabilização ou uma diminuição nos números de casos. Contudo, nesta semana, nós tivemos um aumento significativo de casos novos, entre a semana 24ª e a 25ª, comparando também o número de casos novos por semana epidemiológica com os principais países como Estados Unidos, Rússia, Índia, Reino Unido, Peru e Itália”, afirmou Medeiros, como destacou o JN.
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De acordo com o secretário, apesar do crescimento do número de casos, a quantidade de óbitos não acompanhou essa curva. Medeiros acredita que a inclinação do número de mortes tenha atingido um platô. “A gente verifica que o número de óbitos foi, graças a Deus e a todo esforço dos profissionais, muito menor em termos de inclinação, de agressividade, quando comparado com o número de novos casos confirmados de Covid-19”, afirmou Medeiros.
Pelos dados coletados nesta quinta-feira (25/6) pelo consórcio de imprensa, o País registrou até agora 1.207.721 casos confirmados e 54.434 mortes pela doença. O Brasil já é o segundo em vítimas no mundo, com 10 mil óbitos a mais que o Reino Unido, terceiro colocado. O País só fica atrás dos Estados Unidos, que registram 121,9 mil mortes.
Veja abaixo a fala do secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS), Arnaldo Correia de Medeiros.
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