Mais de cem cartelas de medicamentos foram descartadas em um lote vago, localizado no bairro de Jardim Candidés, próximo ao Centro Industrial de Divinópolis (MG). A denúncia foi feita pelo deputado estadual, Cleiton Azevedo (PPS), que gravou um vídeo mostrando os produtos desperdiçados e divulgou por meio do Instagram.
No vídeo, o parlamentar mostra diversos medicamentos e afirma: “Tem produtos deste ano, tem ampola, tem dipirona, medicamentos novinhos”. Nos comentários, internautas demostraram revolta com a situação: “Além de dinheiro jogado fora, descarte impróprio de medicamento traz inúmeras consequências ao meio ambiente e para a saúde da população”, disse a farmacêutica, Bruna Rocha.
Após a repercussão, a Polícia Militar (PM); o secretário de Saúde, Amarildo Sousa; e o vereador presidente da Comissão de Saúde da Câmara, Renato Ferreira (PSDB) estiveram no local para recolher os produtos e encaminha-los para incineração.
Para investigar o caso, a Câmara dos deputados afirmou que irá instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para encontrar os responsáveis pelo desperdício dos medicamentos e pelo descarte indevido.
"Foi registrado um boletim de ocorrência e agora a Polícia Civil irá apurar o caso. A Secretaria de Saúde de Divinópolis ficou incumbida de fazer o recolhimento e o descarte correto desses frascos e ampolas vencidos aqui encontrados. Agora, nós [da Comissão de Saúde da Câmara] vamos acompanhar o caso. Já estamos coletando fotos e informações para instaurar a CPI tão logo se encerre o recesso parlamentar", informou Ferreira ao G1.
Segundo a Prefeitura de Divinópolis, os produtos não são de origem de nenhum laboratório fornecedor do órgão. “A expectativa é de que seja possível chegar aos responsáveis a partir das informações sobre os lotes de fabricação dos frascos e ampolas encontrados no local. A Secretaria Municipal de Saúde já descartou a possibilidade de que se trate de medicamentos das farmácias da Prefeitura”, afirma a administração municipal, em nota à imprensa.
O diretor de Comunicação da Prefeitura, Evandro Araújo, ainda complementa: "Podemos garantir que não se trata de um descarte da Prefeitura. Todo material da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) é encaminhado para incineração, dentro de todos os padrões ambientais. Além disso, uma das principais ações da atual gestão foi a implantação de um controle rigoroso do estoque de medicamentos e outros produtos. Praticamente, não temos mais desperdício", reforça.
Vale ressaltar que em um dos medicamentos que aparece no vídeo é possível ver um rótulo que diz que o produto é de origem do Paraná. A Secretaria de Estado paranaense disse em nota que segue com as investigações: "Os fatos estão sendo averiguados e estamos levantando informações sobre uma possível carga que tenha sido desviada ou mesmo roubada", diz um trecho do texto, que ainda destaca que o órgão tem pleno interesse no esclarecimento do caso.
Ao jornal MG2, a empresa responsável pelos produtos reforçou a tese sobre as suspeitas de que a carga dos medicamentos tenha sido roubada. Segundo ela, ao entrar em contato com a distribuidora descobriu que a encomenda nunca chegou ao Paraná.
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