Jung Jin Seo, fundador da Celltrion, biofarmacêutica que pesquisa tratamento para Covid-19, venceu o prêmio ‘Empreendedor do Ano Global 2021’, da consultoria EY (grupo Ernst & Young), considerado o ‘Oscar’ do empreendedorismo mundial, revelou a revista Exame. Cerimônia que costuma acontecer em Mônaco ocorreu ontem (10/6), de forma virtual.
Aos 45 anos de idade, Seo fundou a Celltrion em 2002 em Incheon, na Coreia do Sul. Atualmente, a empresa é um negócio com mais de 2.100 funcionários e vendas globais de US$ 1,6 bilhão (R$ 8,2 bilhões) por ano. O laboratório afirma ter sido o primeiro a lançar um anticorpo biossimilar no mundo.
Na pandemia, a Celltrion desenvolveu uma tecnologia de anticorpos monoclonais para o tratamento de pacientes com sintomas da Covid-19. Em estudos clínicos divulgados em novembro do ano passado, a terapia, segundo o laboratório, reduziu em 44% o tempo médio de recuperação em pacientes com sintomas leves da doença. O tratamento já foi aprovado para uso na Coreia do Sul.
“Estou muito feliz e honrado por representar não apenas o meu país com este prêmio, mas tantos jovens empreendedores sul-coreanos, pois acredito que isso possa trazer esperança para eles. Depois da Guerra da Coreia, nosso país tornou-se um dos mais pobres do mundo e todos tinham a missão de reerguê-lo”, disse Seo em seu discurso de agradecimento, conforme a Exame.
“O segundo passo foi transformá-lo” – continuou o executivo – “E o terceiro era torná-lo melhor, de modo que os jovens tivessem mais oportunidades, com chances iguais e justas. Acredito que nós, representantes do ‘Empreendedores do Ano’, temos como missão apoiar os jovens a seguir o mesmo caminho”, concluiu.
Criado em 1986, o Programa Empreendedor do Ano (EOY) surgiu nos Estados Unidos com o propósito de identificar e reconhecer líderes empresariais de diversos setores, que se destacavam pela criatividade com que conduziam seus negócios.
Com o sucesso da iniciativa, outras unidades da EY ao redor do mundo passaram a fazer o mesmo junto aos empreendedores locais, reconhecendo aqueles que se destacam por transformar mercados.
No Brasil, o ‘Empreendedor do Ano’ é realizado desde 1998, com mais de 300 executivos homenageados e reconhecidos pela EY desde então. O vencedor da etapa brasileira deste ano foi Pedro de Godoy Bueno, CEO da Dasa, empresa do setor de saúde. Em 2001, foi criado o World Entrepreneur of the Year, a etapa internacional da premiação.
O que é preciso para seguir carreira na indústria
Para seguir o caminho conquistado por Jung Jin Seo na indústria farmacêutica, antes o farmacêutico deve se preparar. Ser farmacêutico industrial exige do profissional conhecimentos aprofundados de gestão industrial e ferramentas da qualidade, normas nacionais e internacionais de Boas Práticas de Fabricação, técnicas de controle de qualidade, gestão de projetos e processos e, principalmente, da legislação sanitária do setor.
A farmacêutica industrial e professora da pós-graduação de Gestão da Qualidade e Auditoria em Processos Industriais do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Luciana Colli, destaca que, para quem quer seguir carreira no setor industrial, é preciso muita dedicação para estudar, desenvolver a própria capacidade de trabalhar em grupo e de gerir pessoas e processos.
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Luciana conta que começou a carreira em empresas do varejo farmacêutico fazendo Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) e Autorização Especial de Empresa (AE), depois migrou para fabricantes, importadores e distribuidores de produtos para a saúde. Foi um longo caminho percorrido até atingir um cargo de gestão.
Segundo a professora, no início da carreira não existiam muitos cursos de pós-graduação na área, então ela teve de aprender fazendo, lendo e estudando sozinha. “Era um grande desafio devido à complexidade dessa área de atuação. Mas, atualmente tenho uma carreira madura, ministro aulas, trabalho na indústria e presto consultoria”.
Luciana afirma gostar dessa área desde quando cursava a faculdade. “Um dia, um pequeno empresário precisava do serviço e me convidou para fazê-lo. Na época, eu não tinha muita experiência, e ele, poucos recursos financeiros. Mas abracei a oportunidade e acreditei no meu desempenho profissional, e isso me ajudou muito. Foi a partir dessa primeira experiência que adquiri conhecimentos novos e que me valeram muito. E foi a partir daí também que percebi que a área demanda conhecimento nos diversos setores das empresas”.
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