Uma inovadora tecnologia para imprimir comprimidos em 3D pode fazer com que medicamentos personalizados comecem a ser fabricados para atender às necessidades individuais do paciente.
Essa inovação foi desenvolvida pelo professor de Desenvolvimento de Carreira em Química da Pfizer, Bin Zhang, junto com os seus colegas da Universidade East Anglia, do Reino Unido.
Conforme publicado pelo portal Diário da Saúde, os pesquisadores desenvolveram um novo método de manufatura aditiva que permite a impressão 3D de medicamentos em estruturas altamente porosas.
Essa porosidade é essencial para regular a taxa de liberação do composto ativo do medicamento no corpo quando o comprimido é tomado por via oral.
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A coordenadora da pesquisa, Sheng Qi, explica como essa tecnologia funciona e como a personalização dos medicamentos pode contribuir para a saúde dos pacientes.
"Atualmente, nossos medicamentos são fabricados no estilo 'tamanho único'. A medicina personalizada usa uma nova tecnologia de fabricação para produzir pílulas que têm a dose exata e combinações de medicamentos sob medida para pacientes individuais. Isso permitirá aos pacientes obter o máximo benefício do medicamento com efeitos colaterais mínimos".
Essa inovação de tratamento ainda está em desenvolvimento. No entanto, se concretizada, poderá beneficiar, especialmente, os pacientes idosos. Como se sabe, este grupo, muitas vezes, tem que tomar vários tipos diferentes de medicamentos por dia.
Além deles, os benefícios podem se estender a outros importantes grupos, como os pacientes como câncer, doenças mentais ou doença inflamatória intestinal.
Impressão 3D farmacêutica
A impressão 3D farmacêutica é um campo de pesquisa que vem se desenvolvendo rapidamente nos últimos cinco anos.
Os principais métodos de impressão 3D mais comuns requerem que o medicamento seja processado em filamentos semelhantes a espaguete. Ou seja, imitando os rolos de resina usados pela impressão 3D industrial.
Zhang passou a explorar o método de impressão 3D capaz de produzir comprimidos farmacêuticos porosos sem necessitar usar filamentos.
Os estudos revelaram que ao alterar o tamanho dos poros, a velocidade de liberação da droga que escapa do comprimido para o corpo pode ser regulada.
Os pesquisadores ainda estudam sobre o melhor ajuste da porosidade conforme a dose e a frequência de ideal de cada medicamento, para, assim, atender às necessidades de cada paciente.
Além disso, outro importante destaque é que a equipe pretende trabalhar na junção de vários medicamentos em uma só pílula diária, nesse caso, a inovação é voltada aos pacientes que têm tratamento mais complexos.
Impactos para o paciente
Caso essa tecnologia se transforme em realidade, especialistas veem que ela contribuirá para a melhora na saúde e qualidade de vida dos pacientes, conforme acredita o farmacêutico e professor da pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica no ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni:
“É muito importante que as indústrias farmacêuticas continuem focadas na pesquisa e desenvolvimento, com objetivo de promover saúde e qualidade de vida aos usuários”.
Porém, ele destaca que, embora seja algo inovador, é importante certificar alguns aspectos dessa tecnologia, para que assim, ela possa contribuir com esses benefícios à vida e saúde:
“A pesquisa de utilização de impressoras 3D para produção de medicamentos é muito promissora, entretanto ainda depende de muito estudo, para verificação de viabilidade desse processo, identificando eficácia, qualidade, riscos e benefícios, principalmente”, concluiu.
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