A União Química fechou ontem (13/1), em Moscou, na Rússia, acordo com o Fundo Russo de Investimento Direto que permitirá à empresa brasileira fornecer ao País 10 milhões de doses da vacina Sputnik V no primeiro trimestre deste ano, revelou a CNN.
De acordo com comunicado divulgado após reunião realizada ontem, da qual participaram representantes da União Química, do Fundo Russo e do Instituto Gamaleya, que desenvolveu a vacina, as entregas de doses importadas e fabricadas no Brasil já começariam em janeiro.
A União Química pretende iniciar a produção do imunizante em um laboratório em Brasília já nos próximos dias com insumos que chegaram ao País em outubro, apurou a CNN. Já para importar doses prontas, a empresa precisará de autorização da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Do órgão regulador o laboratório também aguarda decisão sobre o pedido para iniciar no Brasil os testes da fase 3, quando a vacina é aplicada na população para avaliação da eficácia e de possíveis efeitos colaterais. No último dia 4, a Agência pediu que a União Química fornecesse mais informações para liberar os testes.
Em nota enviada à emissora, a agência reguladora afirmou que o pedido de autorização de estudo clínico da vacina Sputnik foi feito pela União Química em 29 de dezembro. “A Anvisa já realizou a análise do pedido e identificou a necessidade de que o laboratório complementasse as informações enviadas para que a análise técnica da agência possa ser concluída”.
Segundo a Agência, “qualquer solicitação de importação será analisada pela Anvisa no momento em que tivermos este pedido, já que faz parte da rotina”. O órgão regulador ressaltou ainda que “qualquer aplicação de vacina em estudo só pode ser iniciada após autorização da Anvisa. Da mesma forma, qualquer uso fora da pesquisa só pode ser feito após a autorização da Anvisa”.
“Vamos complementar as informações que a Anvisa solicitou. Assim que a Agência autorizar a fase 3 de testes clínicos, entramos com o pedido emergencial”, afirmou à CNN o diretor de negócios internacionais da União Química, Rogério Rosso.
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Enquanto o processo corre no órgão regulador, as doses da Sputnik V produzidas em território brasileiro terão como destino países da América Latina que já aprovaram o uso da vacina como Argentina e Bolívia, de acordo com Rosso, que faz parte da comitiva da empresa que está na Rússia para validar o processo de fabricação da Sputnik V no Brasil.
Durante o encontro, o CEO do fundo russo, Kirill Dmitriev, e o presidente da União Química, Fernando de Castro Marques, também discutiram a cooperação Rússia-Brasil como parte do grupo de Estados que fazem parte dos BRICS, grupo de países de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “A ideia é criar uma força-tarefa para combater a Covid-19 e cooperar com as vacinas”, diz o comunicado da União Química.
A Sputnik V foi a primeira vacina contra a Covid-19 registrada no mundo, em agosto de 2020. Segundo informações divulgadas pela Rússia, a eficácia do imunizante é de 91%, mas não foram divulgados os detalhes dos estudos, que ainda não foram publicados nem revisados pela comunidade científica internacional. A vacina deve ser administrada em duas doses, com intervalo de 21 dias. Cada dose custa US$ 10 (R$ 53).
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