O laboratório britânico Astrazeneca anunciou a compra da empresa de biotecnologia norte-americana Alexion por US$ 39 bilhões (R$ 198,1 bilhões). Com a aquisição, o grupo britânico se consolida entre as dez maiores indústrias farmacêuticas do mundo, revelou O Globo.
Especializada em oncologia, tratamentos cardiovasculares e para doenças respiratórias, a Astrazeneca reforçará, com a Alexion, seu portifólio nas áreas de imunologia e de pesquisas sobre doenças raras. Isso apoiará a Astrazeneca atuar em áreas como o tratamento de doenças do sangue e em outras áreas mais lucrativas.
Medicamentos caros para doenças exóticas podem gerar bilhões em vendas de um grupo relativamente pequeno de pacientes. A aquisição de produtos que se concentram neles tem sido uma forma popular de grandes companhias farmacêuticas aumentarem as vendas nos últimos anos.
“É um passo importante na história da empresa”, revelou o CEO da Astrazeneca, Pascal Soriot, conforme O Globo. “É uma tremenda oportunidade para acelerarmos nosso desenvolvimento de terapias imunológicas”, completou.
A Alexion se especializou no desenvolvimento de medicamentos que inibem seletivamente os fatores imunológicos para combater doenças que envolvem o sistema de proteção do organismo. Um dos maiores êxitos da empresa é o Soliris, anticorpo monoclonal aprovado em vários países para o tratamento de doenças relacionadas ao sistema imunológico, como hemoglobinúria paroxística noturna.
Apenas com o Soliris, a empresa teve cerca de US$ 4 bilhões (R$ 20,3 bilhões) em receita de 2019. Mais recentemente, a Alexion lançou o Ultomiris, outro anticorpo monoclonal. A empresa anunciou planos em abril para conduzir testes em estágio final desse medicamento em pacientes gravemente enfermos com Covid-19, segundo apurou O Globo.
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Conforme comunicado da Astrazeneca, os conselhos de administração das duas empresas aprovaram a fusão. Contudo, a operação ainda precisa das aprovações das agências reguladoras e dos acionistas dos dois grupos, que esperam finalizar a transação no terceiro trimestre de 2021.
Essa é a maior operação de fusão do setor desde o início da crise de saúde causada pela pandemia do novo coronavírus, e também o maior negócio realizado pela Astrazeneca – que desenvolve juntamente com a Universidade de Oxford uma vacina contra Covid-19 – desde que foi fundada em uma combinação de empresas britânicas e suecas em 1999.
Na transação, os acionistas da Alexion receberão US$ 60 (R$ 304,80) em dinheiro e cerca de US$ 115 (R$ 584,20) de patrimônio líquido por ação – tanto em ações ordinárias da Astrazeneca negociadas no Reino Unido quanto em American Depositary Shares realizadas em dólar, revelou a Agência Reuters. Com base em um preço médio de referência de ADR de US$ 54,14 (R$ 275), isso implica um preço total de US$ 175 (R$ 889) por ação.
A Astrazeneca custeará a aquisição com um mecanismo de financiamento de US$ 17,5 bilhões (R$ 88,9 bilhões) do Morgan Stanley, do JPMorgan Chase & Co e do Goldman Sachs Group Inc, informou O Globo.
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