A pandemia provocou mudanças no mercado farmacêutico. Enquanto alguns medicamentos perderam espaço, as vitaminas tiveram um boom. Segundo a consultoria IQVIA, especializada no setor, as vendas desses produtos cresceram 55% no País. Nova realidade levou a Sanofi refazer suas estratégias, adiar lançamentos e ajustar a produção, revelou o Valor Econômico.
No caso dos medicamentos isentos de prescrição (MIP ou OTC, na sigla em inglês), a crise sanitária do novo coronavírus interferiu nos planos do laboratório francês para o País. “A pandemia afetou negativamente os lançamentos porque temos que apresentá-los aos médicos e, por causa do isolamento, isso não poderia ser feito. Devemos retomar os planos no próximo ano”, afirmou ao jornal o diretor-geral da divisão de Consumer Healthcare, Rodolfo Hrosz.
Segundo ele, dos quatro lançamentos previstos para 2020, a Sanofi conseguiu realizar um, mas o medicamento não teve concluído o trabalho de apresentação à classe médica. “Logo no início do ano lançamos uma versão do antialérgico Allegra, um medicamento líder em vendas, em comprimido, mas não tínhamos produto para o uso nasal. Veio a pandemia e não podemos trabalhar a apresentação dessa versão”, disse Hrosz. Normalmente, a Sanofi lança de dois a três medicamentos por ano. Em 2019, fez 12 lançamentos no País.
Outra mudança de planos ocorreu na produção. O diretor revelou que a empresa teve de alterar a sua programação e priorizar a fabricação de medicamentos e suplementos mais usados na pandemia, como analgésicos e vitaminas. “Tivemos que fazer um grande ajuste na produção este ano para nos adaptarmos ao novo momento. Antialérgicos e probióticos foram bem afetados na crise. Nessas categorias tivemos que diminuir a produção. No lado oposto, aumentamos a fabricação de vitaminas e analgésicos”, salientou o executivo.
A empresa seguiu a tendência nacional de aumento expressivo nas vendas das vitaminas em 2020. Segundo Hrosz, o mercado brasileiro desses produtos, que inclui multivitamínicos, vitamina D e vitamina C, “explodiu”. “Crescemos na mesma proporção do mercado (55%)”, esclareceu.
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Com a obrigatória revisão de estratégias para o ano, Hrosz revelou que o ritmo de crescimento de vendas da Sanofi no Brasil diminui em 2020, mas prevê retomada no ano que vem. “No ano passado, o aumento na receita foi acima de 10%. Diminuímos o ritmo de crescimento este ano, assim como o mercado. Mas, em 2021 a expectativa é retomarmos os patamares de crescimento e de lançamentos de 2019”, afirmou.
O faturamento da empresa chegou perto de R$ 1,8 bilhão em 2019 e para este ano a estimativa é um aumento entre 8% a 10%. Em 2018, a receita do braço de OTC da Sanofi Brasil foi de R$ 1,6 bilhão, crescimento de 9,1% em relação ao ano anterior, segundo dados da IQVIA.
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