O laboratório norte-americano Bristol-Myers Squibb registrou lucro líquido de US$ 1,9 bilhão (R$ 10,6 bilhões) no terceiro trimestre. O resultado é 35% superior ao US$ 1,4 bilhão (R$ 7,8 bilhões) verificado em igual período do ano anterior. Contribuiu para o resultado a aquisição da Celgene, realizada no ano passado, informou o Valor Econômico.
Considerando que no segundo trimestre, auge da pandemia, a empresa teve um prejuízo líquido de US$ 85 milhões (R$ 474,3 milhões), os novos números foram comemorados. Segundo a empresa, o bom resultado é decorrente da melhoria das vendas de medicamentos produzidos pela farmacêutica americana e suas subsidiárias.
Além da aquisição da Celgene, vendas acima do esperado de medicamentos como Eliquis, Orencia e Yervoy contribuíram para o forte resultado. A Bristol-Myers Squibb registrou receita de US$ 10,5 bilhões (R$ 58,5 bilhões), um aumento de 75% em relação aos US$ 6 bilhões (R$ 33,5 bilhões) registrados em igual período do ano passado.
Nos Estados Unidos, o faturamento obtido pela indústria farmacêutica aumentou 88% para US$ 6,5 bilhões (R$ 36,3 bilhões). Em demais mercados internacionais, a receita avançou 58% para US$ 4 bilhões (R$ 22,3 bilhões) no terceiro trimestre.
Com os novos resultados, a Bristol-Myers elevou a estimativa de lucro de 2020 para um intervalo entre US$ 6,25 (R$ 34,87) e US$ 6,35 (R$ 35,43) por ação, frente à projeção anterior de lucro entre US$ 6,10 (R$ 34,04) e US$ 6,25 (R$ 34,87). A empresa também elevou a projeção de lucro ajustado para o ano que vem de US$ 7,15 (R$ 39,90) a US$ 7,45 (R$ 41,57).
A empresa informou que aumentou as despesas com pesquisa e desenvolvimento em 81% para US$ 2,5 bilhões (R$ 14 bilhões), devido principalmente a investimentos de US$ 900 milhões (R$ 5 bilhões) associados ao crescimento do portfólio decorrente da aquisição da Celgene.
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Em outubro deste ano, a Bristo-Myers anunciou outra aquisição, da Myokardia, biofarmacêutica norte-americana voltada ao tratamento de doenças cardiovasculares graves. A transação envolveu US$ 13 bilhões (R$ 72,5 bilhões).
Com o novo negócio, a Bristol ganhou acesso ao mavacamten, uma terapia coronária experimental para o tratamento da cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva (CMH), doença cardíaca crônica com alta morbidade e impacto no paciente.
Essa moléstia, em que o músculo do coração engrossa e obstrui o fluxo de sangue, atinge 200 mil pessoas nos Estados Unidos e Europa, e a estimativa é de que ela possa afetar uma a cada 500 pessoas em todo o mundo. A Myokardia deve enviar um pedido de comercialização do mavacamten às autoridades de saúde norte-americanas no primeiro trimestre de 2021.
Segundo a companhia, o mavacamten demonstrou resultados clinicamente significativos nos ensaios clínicos de fase 3, atendendo aos resultados primários e secundários, e mostrou melhorias significativas nos sintomas, estado funcional e qualidade de vida, reduzindo a obstrução do fluxo sanguíneo do coração.
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