A Hypera confirmou em comunicado divulgado ao mercado que fechou contrato com a União Química Farmacêutica Nacional para a venda do medicamento Xantinon pelo valor total de R$ 95 milhões. Esse passo é importante para Hypera prosseguir com a aquisição do portfólio da Takeda, segundo analistas de mercado.
No comunicado, divulgado na sexta-feira (25/9), a Hypera destaca que “celebrou um Asset Purchase Agreement and Other Covenants (Contrato) com a União Química Farmacêutica Nacional, para a venda do produto Xantinon, sujeito a certas condições precedentes, incluindo o fechamento entre a companhia e a Takeda”.
Essa condição existe porque a compra do portifólio da Takeda aguarda aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Em março, a Hypera fechou acordo com a Takeda a aquisição de 18 medicamentos isentos de prescrição na América Latina por US$ 825 milhões (R$ 4,7 bilhões).
O acordo com a Takeda prevê também a fabricação e fornecimento em conexão com a transação, por meio do qual o laboratório continuará a fornecer produtos à Hypera, que também fortalecerá seu time de vendas e marketing com uma equipe de aproximadamente 300 pessoas que será transferida da Takeda quando do fechamento do negócio, segundo apurou a agência Reuters.
Com a aquisição, ainda segundo a Reuters, a Hypera passaria a ser a maior empresa farmacêutica do Brasil, com 9% de participação de mercado, e líder em medicamentos isentos de prescrição, com uma fatia de aproximadamente 20%.
O portfólio adquirido da Takeda inclui produtos em áreas terapêuticas como cardiologia, diabetes, endocrinologia, gastrenterologia, sistema respiratório e clínica geral, além de marcas como Neosaldina, Dramin e o Xantinon – indicado para ajudar no metabolismo de gorduras (lipídios) e proteínas no fígado, além de facilitar a eliminação da bile, permitindo um melhor funcionamento do órgão.
Acontece que a Hypera já tem em seu portfólio medicamentos líderes de mercado que atuam no segmento do Xantinon como o Epocler, além de outros indicados para distúrbios no aparelho digestivo como Estomazil, Engov e Gastrol. Esse concentração de mercado poderia inviabilizar a negociação com a Takeda no Cade.
Fontes revelaram ao Valor Econômico que a Hypera poderá ter que colocar à venda outras marcas de medicamentos, devido a processos de aprovação regulatória, como é o caso dos analgésicos Doralgina e Doril, que estão na mesma categoria da Neosaldina, que veio com o portfólio da Takeda.
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O lado negativo do acordo de venda do Xantinon para a Hypera, segundo analistas de mercado, é o preço que ele foi vendido, considerado abaixo da expectativa, inclusive da companhia. De acordo com a corretora Ágora Investimentos, o ativo estaria avaliado entre R$ 200 milhões e R$ 250 milhões, conforme revelou o site Money Times.
Para a Guide Investimentos, “a companhia esperava levantar um capital muito mais relevante com a venda do ativo. Ainda assim, conseguiu se desfazer do produto que já pensava em retirar do seu portfólio”, segundo o Money Times.
Procurada pela reportagem do Portal do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico para comentar a venda do Xantinon, a Hypera se limitou a enviar o comunicado que havia dado ao mercado. A União Química também foi contatada, mas até o fechamento deste texto não se pronunciou.
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