Os laboratórios começam a estudar o preço de suas vacinas contra o novo coronavírus. Analistas de mercado avaliam que os valores partem de US$ 3 (R$ 16) e chegam a perto de US$ 40 (R$ 225). Tudo vai depender da quantidade de vacinas em teste que se mostrarem eficazes e dos acordos com os países para que o preço seja definido.
Atualmente, 11 candidatas a vacina contra o novo coronavírus estão na fase 3 de estudos clínicos, que avalia a eficácia e a segurança do produto em milhares de pessoas. Das empresas que estão envolvidas na corrida para fabricar o imunizante, a maior parte delas têm ampla capacidade de produção.
Os preços das vacinas contra a Covid-19 podem ficar com valores muito baixos se todos os tratamentos em testes clínicos se revelem eficazes, aumentando a oferta. Laboratórios como Moderna, Pfizer, BioNTech, Johnson & Johnson, Novavax e AstraZeneca estão prometendo fabricar bilhões de doses. A GlaxoSmithKline (GSK), Merck (MRK) e Sanofi também desenvolvem a vacina, todas companhias com alta capacidade de produção, conforme revelaram a agência Dow Jones Newswires e o Valor Econômico.
Há grande diversidade de preços, apurou a Dow Jones. A Moderna – que recebeu US$ 483 milhões (R$ 2,7 bilhões) do governo norte-americano para o financiamento das pesquisas e desenvolvimento da vacina – tem acordo de vendas que chega perto de US$ 40 (R$ 225) por dose, mas analistas avaliam um valor de US$ 20 (R$ 112) em seus modelos financeiros.
Já Pfizer e BioNTec firmaram um contrato de US$ 1,95 bilhão com o governo norte-americano para fornecer 100 milhões de doses de sua vacina, o que equivale a um custo de US$ 19,5 dólares (R$ 109) por dose, segundo apurou a revista Veja. O imunizante da empresa de biotecnologia Novavax, tem um custo aproximado de US$ 16 (R$ 89) por dose para os Estados Unidos.
A dose da AstraZeneca deverá custar em torno de US$ 3 dólares (R$ 16 reais), considerando o acordo com governo dos Estados Unidos e a União Europeia. No caso da AstraZeneca, pesa a decisão de abrir mão dos lucros com as vacinas durante a pandemia, posicionamento que também foi tomado pela norte-americana Johnson & Johnson.
O imunizante da Johnson & Johnson, que recebeu US$ 456 milhões (mais de R$ 2,5 bilhões) da Casa Branca e acaba de chegar à fase 3 de testes clínicos, custará, em média, US$ 10 (R$ 56) no acordo com o governo norte-americano.
Na Europa, a Sanofi fechou um acordo por cerca de US$ 12 (R$ 67) a dose. Em média, os países da União Europeia pagarão 2,20 libras por dose da vacina (R$ 15 reais), revelou o Daily Mail.
Receba nossas notícias por e-mail: Cadastre aqui seu endereço eletrônico para receber nossas matérias diariamente
Em pese essas especulações, no momento, não há previsão de preço ao consumidor final, mesmo porque não existe ainda definição de como será a distribuição da vacina. Assim, a maior parte dos valores definidos até o momento são baseados em acordos com governos específicos.
Esse componente, aliás, é outro fator que vai pesar sobre o preço final dos produtos, uma vez que os governos realizaram investimentos importantes. No Brasil, o Governo liberou R$ 1,5 bilhão para a compra da vacina de Oxford, e o acordo prevê a transferência de tecnologia para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), conforme a Veja.
Participe também: Grupo de WhatsApp e telegram para receber notícias farmacêuticas diariamente
Obrigado por apoiar o jornalismo profissional
A missão da Agência de notícias do ICTQ é levar informação confiável e relevante para ajudar os leitores a compreender melhor o universo farmacêutico. O leitor tem acesso ilimitado às reportagens, artigos, fotos, vídeos e áudios publicados e produzidos, de forma independente, pela redação da Instituição. Sua reprodução é permitida, desde que citada a fonte. O ICTQ é o principal responsável pela especialização farmacêutica no Brasil. Muito obrigado por escolher a Instituição para se informar.