O Kevzara, medicamento para artrite analisado como um possível tratamento para o novo coronavírus, teve os estudos interrompidos nos Estados Unidos depois que a droga não foi melhor que placebo para ajudar na recuperação de pacientes hospitalizados em estado crítico.
Segundo a Agência Dow Jones e o Valor Econômico, os laboratórios Regeneron e Sanofi, que produzem o Kevzara, informaram que o medicamento falhou na recuperação de pacientes da Covid-19 durante um estudo clínico feito nos Estados Unidos.
Entre os pacientes que usam respiradores, 80% deles tratados com Kevzara apresentaram efeitos colaterais, em comparação com 77% daqueles que receberam placebo, informaram as empresas. Os resultados detalhados do estudo serão submetidos à publicação em uma revista científica.
O Kevzara é um anticorpo monoclonal humano que foi desenvolvido para o tratamento da artrite reumatoide. Sua substância ativa (sarilumabe) foi concebida para se ligar ao recetor (alvo) de uma molécula denominada interleucina-6, bloqueando a sua ação. A interleucina-6 está envolvida no processo inflamatório, estando presente em níveis elevados nas articulações dos doentes com artrite reumatoide. A Sanofi estuda se o fármaco pode influenciar na resposta inflamatória hiperativa nos pulmões de pacientes em estado grave ocasionado pela Covid-19.
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O medicamento não ataca diretamente o novo coronavírus, mas inibe uma resposta imunológica anormal chamada ‘tempestade de citocinas’. Ela causa inflamação nos pulmões dos pacientes mais graves, forçados a lutar contra a doença com um respirador artificial, segundo revelou a Agência AFP. O fracasso no teste norte-americano prejudica os estudos com uma classe de medicamentos vistos como possíveis tratamentos para pacientes da Covid-19.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, em maio, a realização da fase de pesquisa clínica sobre o Kevzara no tratamento do novo coronavírus. Segundo a Agência, a pesquisa clínica visa encontrar parâmetros sobre a eficácia e a segurança de um determinado medicamento na terapia aplicada em um paciente. Nesse programa global da Sanofi, os testes estão na fase 2/3.
Consultada pelo Portal do ICTQ se os estudos vão continuar no Brasil após sua interrupção nos Estados Unidos, a Sanofi não respondeu até o fechamento desta matéria. Caso venha se pronunciar este texto será atualizado.
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