A farmacêutica Eli Lilly começa hoje a testar o medicamento que está desenvolvendo contra a covid-19. O medicamento foi desenvolvido com base em uma amostra de sangue dos primeiros casos de pacientes recuperados da doença nos Estados Unidos.
A empresa disse que o teste visa avaliar o potencial da droga no tratamento de pacientes hospitalizados com o coronavírus.
A Eli Lilly também planeja testar se o medicamento à base de anticorpos pode prevenir doenças em pessoas com risco de infecção. Se a resposta for positiva, o medicamento pode ajudar a conter a pandemia até que uma vacina seja desenvolvida.
O medicamento experimental da Eli Lilly faz parte de um esforço mais amplo para aproveitar o poder das proteínas conhecidas como anticorpos. Essas proteínas são encontradas no plasma de pessoas que se recuperaram da infecção por coronavírus. Os anticorpos são agentes do sistema imunológico que combatem patógenos, incluindo vírus.
O medicamento não contém o plasma dos pacientes, mas sua composição foi desenhada com base nos anticorpos presentes nele.
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Pesquisadores da AbCellera Biologics, uma empresa canadense que fez parceria com a Eli Lilly em março, e do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos identificaram um anticorpo com potencial de combbate ao vírus em uma amostra de sangue colhida em um dos primeiros pacientes recuperados no Estados Unidos.
Os cientistas então clonaram o anticorpo para fazer a nova terapia. Seu objetivo é impedir que o vírus se ligue e entre nas células humanas, neutralizando-o.
O medicamento é aplicado por via intravenosa.
O primeiro estudo acompanhará principalmente os efeitos colaterais e de segurança, mas também testará se o tratamento pode reduzir o tempo de internação hospitalar e reduzir o número de pacientes internados em terapia intensiva e com necessidade de ventiladores pulmonares. Os pesquisadores esperam inscrever até 32 pacientes no estudo.
Se o primeiro estudo for bem-sucedido, a Eli Lilly planeja testar o anticorpo em um segundo estudo que inclui o tratamento de pacientes que não estão hospitalizados.
Outros estudos examinariam se o medicamento pode impedir que as pessoas fiquem doentes, concentrando-se em populações vulneráveis — aqueles pacientes que não são candidatos ideais para vacinas.
A Eli Lilly e a AbCellera também desenvolveram outros anticorpos que a farmacêutica planeja testar nos próximos meses em pacientes com covid-19, sozinhos ou em combinação.
A fabricante americana disse que está iniciando a fabricação em larga escala da terapia, para que, se os estudos forem bem-sucedidos, haja milhares de doses disponíveis até o fim do ano.
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