Após concluir o processo de aquisição da irlandesa Allergan, a biofarmacêutica norte-americana AbbVie informa que a integração da empresa deve estar finalizada até o fim deste ano. Com a incorporação, o faturamento mundial da companhia poderá alcançar US$ 50 bilhões (R$ 269 bilhões) e deverá crescer substancialmente também no Brasil.
Segundo o presidente da AbbVie no País, Camilo Gomez, revelou ao Valor Econômico, o negócio entre duas irá gerar sinergias de US$ 2 bilhões (R$ 10,8 bilhões). A aquisição foi avaliada em US$ 63 bilhões (R$ 338,94 bilhões).
No Brasil, a empresa já iniciou a integração e a expectativa é que o processo esteja concluído em sete meses. “Antes da fusão, tínhamos na unidade brasileira 400 funcionários e agora contamos com mil pessoas. Essa integração será mais lenta em razão da pandemia, mas vamos avançar nesse processo nos próximos três meses. Com a aquisição, a nossa receita no mercado brasileiro deve aumentar em 50%”, disse Gomez ao Valor, sem informar qual o faturamento da subsidiária.
O presidente da AbbVie no Brasil comentou, ainda, que com a aquisição da irlandesa a companhia vai entrar em novos segmentos como o de oftalmologia e medicina estética, que é forte no Brasil. “Já ficou definido que a área de dermocosméticos será uma empresa independente, com gestão separada do negócio farmacêutico”, afirmou Gomez.
Com a integração, a companhia passa a ter no Brasil uma unidade de produção em Guarulhos (SP), que se destaca na fabricação de produtos oftalmológicos. “Passaremos a deter 27 fábricas e centros de pesquisa no mundo, sendo que dez pertenciam a Allergan. Vamos ser a maior biofarmacêutica do mundo”, disse o executivo.
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Segundo Gomez, o País será peça importante nas pesquisas da nova empresa. Ele ressaltou que o centro brasileiro participa de alguns estudos clínicos de novos medicamentos. A AbbVie investe cerca de US$ 5 bilhões (R$ 26,9 bilhões) por ano em pesquisa e desenvolvimento. “Temos também ensaios para sabermos como determinada droga reage na população brasileira”, revelou. Estão em andamento no Brasil cerca de 50 estudos clínicos, nas áreas de oncologia e virologia em 23 cidades diferentes. “Temos mais de 200 pesquisadores brasileiros atuando nesses ensaios clínicos voltados a novos medicamentos”, afirmou.
Ao redor do mundo, a AbbVie atua em nove classes terapêuticas, sendo que seis a biofarmacêutica considera como mais relevantes. “Somos fortes em imunologia, onco-hematologia, virologia, neurociência, oftalmologia e, agora com a Allergan, medicina estética. Dentre essas áreas temos alguns medicamentos que devemos lançar no Brasil neste ano”, salientou Gómez.
Segundo o executivo, em imunologia a companhia tem dois lançamentos mundiais previstos para este semestre. E um medicamento que será usado no tratamento da psoríase já aprovado pela Anvisa. “Tem outro medicamento já aprovado no Brasil, para artrite reumatoide, que devemos lançar em duas ou três semanas”.
Por fim, o presidente da AbbVie no Brasil ressaltou que o portfólio combinado com a Allergan é de 67 produtos, nas nove áreas terapêuticas. “Em neurociência temos um medicamento para o mal de Parkinson, e há estudos em desenvolvimento para o tratamento de Alzheimer com resultados bem promissores”, afirmou Gomez.
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