Pfizer anunciou nesta terça-feira (5/5) que deu início aos testes clínicos de vacina para combater o novo coronavírus com 360 voluntários nos Estados Unidos. O resultado do estudo poderá ser divulgado já no início do próximo mês.
A farmacêutica norte-americana informou que o desenvolvimento da vacina é fruto de um acordo de colaboração global firmado com a alemã BioNTech, a partir da técnica de RNA mensageiro (mRNA). Vacinas desse tipo oferecem instruções ao organismo para orientar a produção de antígenos que permitem ao sistema imunológico combater a doença.
As vacinas da Pfizer e da BioNTech serão inicialmente aplicadas em adultos com idades entre 18 e 55 anos. Eventualmente, os pesquisadores buscarão voluntários mais velhos. Após receberem uma primeira dose, uma segunda aplicação será feita três semanas depois. Mais tarde, o estudo testará diferentes dosagens. Quatro em cada cinco pacientes receberão a vacina, enquanto um receberá placebo.
De acordo com a chefe de pesquisa e desenvolvimento de vacinas da Pfizer, Kathrin Jansen, o resultado do estudo com voluntários nos EUA poderá ser divulgado já no início de junho, segundo informaram a agência Dow Jones e o Valor Econômico. No entanto, será preciso realizar mais testes com mais pacientes. A partir da análise dos resultados, a companhia deverá submeter a vacina à aprovação das agências reguladoras.
A vacina é a primeira das quatro com potencial de prevenir contra a Covid-19 desenvolvidas pelas duas empresas farmacêuticas. A Pfizer acompanhará o trabalho dos pesquisadores e escolherá a candidata mais promissora para dar sequência ao desenvolvimento. O plano, segundo Kathrin Jansen, é “se concentrar no que é bom e seguir em frente”.
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Segundo o The Wall Street Journal, se os testes indicarem que alguma das quatro vacinas é efetiva, a Pfizer planeja ter uma versão para uso emergencial no início de setembro, disse ao jornal o executivo-chefe da Pfizer, Albert Bourla.
O governo dos Estados Unidos tem o poder para autorizar o uso limitado de uma vacina ou de um medicamento durante uma emergência médica, antes mesmo que os testes regulares sejam concluídos. Várias potenciais vacinas já entraram em fase de testes clínicos, incluindo as desenvolvidas pela Moderna e pela Universidade de Oxford, que recentemente firmou parceria com a AstraZeneca para acelerar a pesquisa, segundo o Valor Econômico.
Além do desafio de descobrir se as vacinas funcionam, os pesquisadores ainda têm de lidar com as incertezas sobre como os humanos desenvolvem imunidade contra o novo coronavírus. Sem esse conhecimento, os especialistas confiam no entendimento nos estudos anteriores sobre outros coronavírus e anticorpos capazes de neutralizá-los, disse professor da Universidade de Maryland, Kirsten Lyke, que está ajudando a liderar o estudo da Pfizer.
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