A farmacêutica Merck anunciou parceria com o Jenner Institute da Oxford University da Inglaterra para a produção de vacina para combater o novo coronavírus. A equipe conjunta reduziu o tempo de desenvolvimento do processo de um ano para dois meses. O objetivo é ter pelo menos 1 milhão de doses prontas até setembro.
O fruto atual da parceria entre as duas instituições é a produção em grande escala da vacina ‘ChAdOx1 nCoV-19’, desenvolvida pelo Jenner Institute. De acordo com o Jornal Nacional, da TV Globo, os pesquisadores já começaram a testar em humanos a nova vacina. 510 voluntários participam da pesquisa.
Segundo o telejornal, os cientistas anunciaram que pretendem produzir a vacina em larga escala antes mesmo de saberem os resultados dos testes. O objetivo deles é ter pelo menos 1 milhão de doses disponíveis no segundo semestre, mesmo que o estoque tenha que ser descartado se a vacina não fizer efeito ou se não for segura.
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De acordo com a Merck, a equipe conjunta reduziu o tempo de desenvolvimento do processo, normalmente de seis meses a um ano, para dois meses, uma etapa crítica para a fabricação da vacina contra a Covid-19 em grande escala. “Trouxemos o futuro da fabricação de vacinas para o presente”, diz o diretor executivo da área de ciências biológicas e integrante do Conselho Executivo da Merck, Udit Batra.
Com pacientes admitidos em estudos clínicos para testar esta vacina, o rápido desenvolvimento do processo de fabricação em grande escala é uma etapa fundamental para a entrega rápida e segura do laboratório para os pacientes. “É um passo importante no tratamento da Covid-19 e de outras doenças que têm impacto sobre a saúde pública mundial. Esse trabalho destaca um marco na jornada de desenvolvimento da fabricação de vacinas, à medida que os estudos clínicos continuam avançando”.
Parceria começou em 2018
Nos últimos dois anos, a colaboração da Merck com o Jenner Institute levou, segundo as instituições, ao desenvolvimento de uma solução rápida e escalável, seguindo boas práticas de fabricação e usando as tecnologias disponíveis na plataforma de adenovírus do instituto.
Embora o trabalho inicial tenha sido desenvolvido com uma candidata à vacina contra a raiva, a plataforma foi validada com diferentes construções de adenovírus, com o objetivo de acelerar o desenvolvimento e a fabricação futuros da vacina. As organizações anunciaram a parceria para desenvolver processos de fabricação de vacinas mais robustos e escaláveis em abril de 2018.
A velocidade é um grande desafio quando se enfrenta um novo surto como a pandemia sem precedentes da Covid-19. “Em um período nunca visto antes, a equipe do Jenner Institute foi capaz de desenvolver o processo de escala de fabricação de 10 litros com base na plataforma gerada anteriormente pela Merck, preparando-nos para a próxima rodada de esforços de expansão”, revelou o líder de projetos de expansão de fabricação de vacinas do Jenner Institute, Sandy Douglas. “As colaborações do setor, como a nossa com a Merck, demonstram o valor que esses esforços têm na aceleração da resposta a surtos e pandemias e no fornecimento rápido de vacinas que salvam vidas para beneficiar a população mundial”.
O Jenner Institute foi fundado em novembro de 2005 para desenvolver vacinas inovadoras contra as principais doenças mundiais. Concentra-se, exclusivamente, em doenças humanas e animais, além de testar paralelamente novas abordagens de vacinas em diferentes espécies. A pesquisa translacional que envolve o rápido desenvolvimento e a avaliação inicial de novas vacinas em estudos clínicos é um tópico importante. O instituto é uma parceria entre a Universidade de Oxford e o The Pirbright Institute e é o sucessor do antigo Edward Jenner Institute for Vaccine Research. Tem apoio da Jenner Vaccine Foundation, uma instituição filantrópica do Reino Unido.
Fundada em 1668 na Alemanha, a Merck é a mais antiga empresa de produtos químicos e farmacêuticos do mundo em funcionamento. Atua nas áreas de saúde, ciências biológicas e materiais de desempenho. Possui perto de 56 mil funcionários. Desenvolve desde terapias biofarmacêuticas para o tratamento de câncer ou esclerose múltipla, passando por sistemas de última geração para pesquisas e produções científicas, até cristais líquidos para smartphones e televisores de LCD. Em 2019, a empresa gerou vendas de € 16,2 bilhões (R$ 95,4 bilhões) em 66 países.
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