Pfizer anuncia testes clínicos de vacina para combater o novo coronavírus, com medidas para produção em larga escala e a possibilidade de o produto estar pronto até o final deste ano. Nos estudos, a farmacêutica avalia ainda o potencial do tofacitinibe e da azitromicina para o tratamento da Covid-19.
A farmacêutica norte-americana informou nesta terça-feira (28/4) que o desenvolvimento da vacina é fruto de um acordo de colaboração global firmado com a alemã BioNTech, a partir da técnica de RNA mensageiro (mRNA). Vacinas deste tipo oferecem instruções ao organismo para orientar a produção de antígenos que permitem ao sistema imunológico combater a doença.
De acordo a Pfzer, resultados dos ensaios iniciais de rastreamento de compostos antivirais confirmaram a possível atuação de uma molécula, assim como de moléculas análogas, como inibidoras potentes de uma proteína essencial para a replicação do vírus da Covid-19. A partir desse achado, a companhia realizará estudos confirmatórios, incluindo perfil antiviral adicional e avaliação da adequação da molécula para administração clínica.
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O início dos estudos clínicos está previsto para o final deste mês, nos Estados Unidos e na Alemanha. A partir da análise dos resultados, a companhia deverá submeter a vacina à aprovação das agências reguladoras, com possibilidade de iniciar o fornecimento das doses até o término de 2020.
Há cerca de uma semana, a agência reguladora da Alemanha (Paul Ehrlich Institute) aprovou o início dos testes clínicos para quatro vacinas contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2). Pfizer e BioNTech anunciaram que farão os ensaios iniciais em 200 humanos saudáveis com idade entre 18 e 55 anos, informou o Jornal Nacional, da TV Globo.
Os pacientes irão receber doses que variam de 1 a 100 microgramas, uma forma de testar a eficiência e a segurança da imunização. Em breve, de acordo com a Pfizer, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, deverá liberar os testes também no país. A Pfizer afirma que, caso os testes sejam bem-sucedidos, milhões de doses podem ser produzidas até o final deste ano.
Novos tratamentos
Segundo a Pfizer, um dos caminhos promissores para o tratamento da Covid-19 compreende a avaliação do potencial do tofacitinibe, a partir de um estudo independente de fase 2 em curso na Itália. Trata-se de um inibidor oral da janus quinase, uma proteína importante nos processos inflamatórios característicos de algumas doenças autoimunes, como artrite reumatoide.
A hipótese é que essa ação também poderia mitigar a inflamação sistêmica e do alvéolo pulmonar dos pacientes com pneumonia associada ao novo coronavírus. Para avaliar tal possibilidade, a Pfizer está dialogando com universidades sobre estudos adicionais envolvendo tofacitinibe e outros moduladores imunológicos que fazem parte portfólio do laboratório.
“Estamos trabalhando para encontrar oportunidades de otimizar o tempo por meio de uma abordagem multifacetada, com uma profunda colaboração e parceria de todo o ecossistema de inovação em saúde, que envolve comunidade acadêmica, parceiros do próprio setor farmacêutico, formuladores de políticas públicas e órgãos reguladores”, afirma o presidente mundial de pesquisa, desenvolvimento e medicina da Pfizer, Mikael Dolsten.
Outro tipo de tratamento em desenvolvimento pela Pfizer envolve um grupo de pesquisadores da companhia que estão à frente de uma revisão científica sobre estudos in vitro e clínicos relacionados às propriedades antivirais da azitromicina, um antibiótico usado no tratamento de diversas infecções bacterianas. O material, que deverá ser publicado na revista científica Clinical Pharmacology and Therapeutics, poderá contribuir para pesquisas adicionais futuras a respeito do uso da substância no combate à Covid-19.
Com o objetivo de contribuir com os avanços de pesquisas científicas, a empresa adotou um plano global composto por cinco prioridades. Os pontos principais incluem a implementação de uma plataforma global para compartilhamento de conhecimento e ferramentas abertas para pesquisadores trocarem conhecimento sobre a nova doença; a criação de uma equipe dedicada ao combate ao coronavírus; o auxílio a biotechs para o desenvolvimento de medicamentos; a disponibilização, pela primeira vez, da capacidade de manufatura da empresa para produção de medicamentos focados nas necessidades atuais para o combate à pandemia; e a comunicação próxima com agências reguladoras e todos os esforços para auxiliar parceiros que consigam avançar na busca por terapias.
“A Pfizer está colaborando com parceiros do setor da saúde e instituições acadêmicas para desenvolver novas potenciais abordagens para prevenir e tratar a Covid-19. Nossos pesquisadores e cientistas também estão explorando novos usos potenciais de medicamentos já existentes no portfólio da companhia para ajudar os pacientes infectados”, afirma o CEO global da Pfizer, Albert Bourla.
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