Nesta segunda-feira (27/04), a indústria farmacêutica alemã Bayer registrou uma forte alta, de mais de 20%, equivalente a € 1,5 bilhão (mais de R$ 9 bilhões), no lucro do primeiro trimestre de 2020. Segundo informação divulgada na imprensa, os resultados são em virtude do aumento na procura dos produtos da empresa, em decorrência da pandemia, ocasionada pelo novo coronavírus (Covid-19).
Com isso, o faturamento do grupo nos três primeiros meses desse ano foi de € 12, 8 bilhões (equivalente a R$ 78 bilhões), a alta foi de 5,7%. Já o lucro líquido, no mesmo período, excluindo os efeitos excepcionais (EBITDA), foi de US$ 4, 4 bilhões (mais de R$ 22 bilhões), representando uma alta de 10,2%. As informações foram divulgadas no portal da revista Isto É Dinheiro.
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Apenas a divisão de saúde dos produtos da empresa registrou alta de 13,5% no faturamento, se comparado com o mesmo período do ano anterior. Fato também associado ao crescimento na demanda causada pela pandemia.
Contudo, de acordo com informação divulgada pela Bayer à imprensa, a empresa sinalizou que não pode medir o impacto no mercado gerado pelo novo cornavírus, em 2020, já que muitas medidas adotadas nas ações de enfrentamento à pandemia também tiveram impactos negativos.
Vendas de herbicidas
Segundo o Valor Econômico, na divisão por produtos, os herbicidas (compostos químicos utilizados na agricultura para controlar o desenvolvimento de ervas daninhas) foram responsáveis por 20,8% das vendas na receita da empresa, somando € 1,4 bilhão (mais de R$ 8,6 bilhões ).
A compra da companhia americana Monsanto, em 2017, também tem beneficiado à Bayer, já que a divisão agroquímica teve alta de 6,1% no faturamento. Essa negociação permitiu à farmacêutica alemã assumir a liderança mundial no segmento.
Problemas
No entanto, nem tudo são flores para a Bayer. A compra do grupo Monsanto também trouxe problemas à indústria alemã, nos Estados Unidos. Já que, em território americano, a gigante farmacêutica responde por mais de 52 mil ações judiciais associadas ao uso do herbicida Roundup Ready, fabricado com glifosato, e classificado, em 2015, pelo Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (CIRC), organismo vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS), como possível causador de câncer.
Em nota à imprensa, a Bayer afirmou que, apesar da pandemia ter reduzido, significativamente, a velocidade no andamento dos processos relacionados ao uso do pesticida, a empresa considera por fim às ações. No entanto, disse que adotou critérios para as possibilidades de acordos.
"A companhia irá considerar um acordo apenas se for financeiramente razoável e estabelecer um mecanismo para resolver potenciais queixas futuras de maneira eficiente", informou o presidente da Bayer, Werner Baumann, em comunicado, divulgado nesta segunda-feira (27/04).
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