Motivada pela crise sanitária e econômica provocada pela Covid-19, a farmacêutica Aché, uma das maiores do País, anunciou que foi adiada a expansão de sua unidade fabril no Complexo Industrial Portuário de Suape, em Cabo de Santo Agostinho (PE).
Segundo a empresa, os principais motivos da decisão de interromper os investimentos são a escalada dos preços do frete e a alta do dólar, que impacta no custo de produção, especialmente na importação de matéria-prima.
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“O maior impacto é o dólar, mas temos um estoque de segurança e nossa capacidade de abastecimento ainda não foi afetada”, afirmou à Folha de S. Paulo a presidente do Aché, Vânia Nogueira. Por ora, segundo a executiva, ficam mantidos os lançamentos de produtos que já estavam previstos antes da pandemia.
Em que pese a alta na demanda por antigripais, um dos carros-chefe do laboratório, tendência que deve se estender ao longo dos próximos meses de outono e inverno, os custos estão pressionados. Para superar isso, a empresa está focando em outros segmentos. Segundo a Folha, o Aché acaba de abrir um terceiro turno para fabricar 400 mil unidades de álcool em gel em dois meses.
Já os investimentos em ações de longo prazo estão adiados, o que inclui a segunda fase das obras da fábrica em Suape. “Estamos procurando postergar os investimentos não prioritários porque precisamos esperar que o cenário fique mais definido”, disse à Folha Vânia Nogueira.
Mesmo com a crise, a presidente do Ache diz que a companhia não pretende demitir. Depois que os trabalhadores com mais de 60 anos foram afastados, alguns de seus postos foram reocupados por profissionais de outras áreas. Dos 5.200 funcionários, mil continuam trabalhando em laboratórios e fábricas.
Primeira etapa da fábrica de Suape está em atividade
Inaugurada em outubro do ano passado, a primeira etapa da quarta planta industrial do grupo Aché tem capacidade instalada de 700 milhões de unidades de medicamentos por ano. O empreendimento contou com um investimento de R$ 429 milhões e a previsão é de que sejam produzidas aproximadamente 80 milhões de unidades neste ano. A conclusão total do parque fabril estava inicialmente prevista para 2021, com investimentos da ordem de R$ 660 milhões. Quando estiver completa, a planta vai produzir, embalar e distribuir medicamentos para toda a Região Nordeste.
O final de 2019 marcou o início do funcionamento da primeira fase da fábrica, que conta com um centro de distribuição e uma área dedicada à embalagem de produtos sólidos. Nessa primeira etapa, os produtos são trazidos de Guarulhos (SP) em granel (comprimidos e cápsulas) para o complexo fabril de Pernambuco, onde são embalados e distribuídos para as regiões Norte e Nordeste. Com a segunda etapa, a planta de Suape passará a produzir os medicamentos sólidos.
Além de Cabo de Santo Agostinho, o Aché possui outras quatro plantas industriais: São Paulo (SP); Guarulhos; Londrina (PR) – Nortis; e Anápolis (GO) – Melcon. Além disso, uma nova planta da Bionovis está em construção em Valinhos (SP), fruto da joint-venture com outras três empresas farmacêuticas brasileiras.
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