Covid-19 “Vamos pagar um preço muito alto”, afirma Drauzio Varella

Covid-19 “Vamos pagar um preço muito alto”, afirma Drauzio Varella

Segundo o oncologista, Drauzio Varella, o Brasil poderá sofrer graves consequências ainda em decorrência da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus (Covid-19). De acordo com o médico, em virtude da desorganização das autoridades federais, o País poderá bater o recorde de mortes em todo o mundo.

"Nós tínhamos que ter uma coordenação geral, e ela deveria partir, obrigatoriamente, do Ministério da Saúde (MS), afinal, o País tem ou tinha essa pasta para quê? Mas, então, nós vemos essa confusão enlouquecida. Vimos as autoridades estaduais estabelecendo isolamento social e até lockdown, enquanto as federais, especialmente o presidente da república (Jair Bolsonaro), dizendo que ele é contra o isolamento, porque era necessário retomar a economia", disse Varella, em live transmitida pelo canal da TV Abrasco.

O médico continua: "Você não consegue explicar para as pessoas que quem derruba a economia não é o isolamento, mas sim, o vírus. Porque se você solta as pessoas todas nas ruas, os sistemas de saúde entram em colapso, vejam o que aconteceu em Manaus, por exemplo. Vocês acham que a economia daquele Estado foi poupada devido à falta de isolamento? Nenhum país consegue segurar a economia em meio a uma pandemia com essas características todas", enfatiza.

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Varella complementa: "Eu tenho uma visão [previsão] muito pessimista. E não é pessimista porque eu seja uma pessoa negativista, ao contrário, eu sempre fui otimista na minha vida pessoal e em relação ao Brasil. O trabalho me levou a vários pontos desse País, várias cidades, especialmente às periferias, eu tenho um pouco de noção de como está organizado o Sistema Único de Saúde (SUS). Nós vamos pagar um preço muito alto, eu acho que o Brasil já é um epicentro mundial da pandemia. Infelizmente, vai ter um número de mortes com grandes chances de se tornar o recorde mundial”.

Ele destaca: "Isso não é derrotismo, não é criar uma situação trágica, mas quando a gente analisa os números e acompanha o que está acontecendo, pois, eu tenho tido condições de acompanhar em virtude de fazer parte de um grupo de técnicos que administra R$ 1 bilhão do banco Itaú (doação para ações de combate à pandemia), é assustador. O que está acontecendo nas Secretarias de saúde locais [municipais] é assustador".

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Em outro trecho, Varella conta: “Outro dia eu dei uma entrevista a uma emissora de televisão em Aracajú (SE), enquanto eu aguardava para ser chamado [para entrar no ar] eles fizeram um balanço de como estava os hospitais daquele Estado. É inacreditável, não tem vaga para mais ninguém. O número de vagas é tão pequeno que vai acontecer o que já estamos vendo agora, as pessoas vão morrer em casa e não vão ser contabilizadas no número de total de mortes [por Covid-19] no País”.

Varella já foi otimista

Vale destacar que Varella já chegou a ser otimista em relação à pandemia. Na época que começaram a surgir os primeiros casos sobre o vírus na China, nem mesmo o renomado oncologista acreditou no poder de proliferação e de letalidade do vírus. Contudo, ele explica que se arrepende profundamente.

“Eu também fiquei tranquilo, cheguei a dizer naquela época que isso não seria um grande problema para o Brasil. Hoje eu tenho remorso de ter dito isso. Eu me recrimino por ter falado tal coisa. O que me tranquiliza é que Anthony Fausti, que é a autoridade máxima de doenças infecciosas nos Estados Unidos, disse em janeiro que essa epidemia não seria problema para o país dele”, disse Varella, durante uma live realizada pelo Portal do ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico.

Panorama da pandemia no Brasil

De acordo com dados do MS, com base nas informações fornecidas pelas Secretarias estaduais, nesta segunda-feira (01/06), o Brasil contabiliza 514.992 casos confirmados de coronavírus em todo o território nacional, com 29.341 mortes provocadas pela doença.

Nessa situação, o Brasil já é o segundo País em todo o mundo com mais casos confirmados de Covid-19, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, com 1,7 milhão de infectados. Vale destacar que, assim como Bolsonaro, Donald Trump também chegou a ser contra o isolamento social.

Assista ao vídeo com a entrevista de Drauzio Varella:

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