Ministério da Saúde prestigiou o trabalho do GT sobre Cuidado Farmacêutico à População LGBTQIAPN+ e outras Populações Vulneráveis.
"Quero registrar algo que é histórico: a primeira vez que o farmacêutico e a farmacêutica prescreveram um medicamento tarjado foi um medicamento que primeiro começou para profissionais do sexo, travestis, mulheres e homens transexuais, para homens gays e para muitos que são considerados a escória da sociedade". Foi assim que a coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Cuidado Farmacêutico à População LGBTQIAPN+ e outras Populações Vulneráveis do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Alícia Kruger, iniciou a fala de apresentação do lançamento dos guias de profilaxias pré exposição (PrEP) e pós exposição (PEP) ao vírus HIV.
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O lançamento foi na manhã desta terça-feira (19.12), durante a 538ª reunião plenária do CFF, com a presença e participação da analista de políticas sociais do Ministério da Saúde (MS), Tatianna Alencar, representando o coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, Draurio Barreira, marcando a parceria em prol da melhoria do acesso por parte dessas populações aos medicamentos oferecidos pelo SUS.
O presidente do CFF, Walter Jorge João, lembrou os trágicos números sobre HIV/Aids no mundo: são cerca de 4 mil novas pessoas que se infectam com o vírus por dia. Só no ano de 2021, 650 mil pessoas morreram por causas relacionadas à Aids. No Brasil, foram quase 41 mil novos casos de HIV e 35 mil casos de Aids, com cerca de 20 pessoas morrendo por dia no País por causas relacionadas.
"Naturalmente, o nosso entendimento era o de traçar estratégias, junto ao GT, composto por especialistas e coordenado de forma brilhante por nossa colega Alícia Kruger, para que pudéssemos ajudar a minimizar essa questão no País. Dentro dessas estratégias, nada melhor do que o uso das profilaxias pré exposição (PrEP) e pós exposição (PEP) ao vírus HIV", pontuou o presidente do CFF, que também apontou a grande preocupação da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) no sentido de ampliar esse tipo de atendimento. "Houve a necessidade, por parte da própria secretária da SVS, Ethel Maciel, de reconhecer o papel do farmacêutico como prescritor dessas profilaxias. Acho que isso representou um avanço significativo para a nossa profissão. Nós tivemos a necessária sabedoria para conquistar esse espaço e o assegurar como um direito aos farmacêuticos", completou.
Em nome do coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, Draurio Barreira, a analista de políticas sociais do Ministério da Saúde (MS) ressaltou estar muito contente em poder retomar o diálogo, agora oficialmente, com o CFF, que coloca o farmacêutico como ator principal da prevenção ao HIV/Aids. "Esses dois guias que hoje estão sendo lançados aqui serão fundamentais para nós, do Ministério da Saúde, que poderemos também usá-los como referências nas nossas capacitações profissionais da rede. Então, agradecemos muito todo o esforço do CFF porque esse material veio em muito boa hora, junto com a meta de expansão que a gente têm de aumentar em quase 150% as coberturas de PreP e PEP.
Confira os materiais:
Guia de atuação do farmacêutico na Proxilaxia Pré-exposição ao risco de infeção pelo HIV (PrEP)
Guia de atuação do farmacêutico na Proxilaxia Pós-exposição ao risco de infecção pelo HIV (PEP)
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