Um dos destaques da programação da segunda edição do ICTQ Station, que aconteceu em São Paulo (SP), em 22 de outubro, foi uma palestra especial sobre metaverso, que foi transmitida na própria estrutura virtual, considerada uma verdadeira revolução que dissolve as fronteiras entre mundos físico e digital. Na ocasião, o ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico lançou, oficialmente, a Pós-Graduação em Telefarmácia e Farmácia Clínica no Metaverso, que terá um ambiente virtual construído para as aulas práticas. A primeira turma será iniciada em novembro.
“Tivemos uma palestra sobre metaverso, dentro do metaverso. Apenas os participantes que adquiriram o passaporte ICTQ Station Digital e um grupo restrito de 14 pessoas no auditório (que receberam óculos de realidade aumentada) puderam acompanhar. Mas, em nossas aulas de pós-graduação e webinares, todos poderão experimentar essa imersão. Hoje é um marco histórico da profissão e educação farmacêutica nesse País: pela primeira vez estamos transmitindo um congresso farmacêutico no metaverso, que é o próximo capítulo da internet e uma revolução sem precedentes. Por isso, queremos trazer todos os farmacêuticos do Brasil a vivenciarem isso conosco”, disse o fundador do ICTQ e idealizador do evento, Marcus Vinicius de Andrade.
O metaverso já existe há muito tempo, não é um conceito novo e, certamente, as farmácias precisarão se adequar para utilizar esse poderoso recurso de relacionamento com as pessoas, porque muito mais que qualquer tipo de qualidade, o relacionamento pessoal é imprescindível.
Segundo o farmacêutico, empresário e professor do ICTQ, Eduardo Abreu, as pessoas estão acostumadas a se relacionar por meio do Zoom, que é uma “experiência bacana”, mas não é tão imersiva quanto a que o metaverso proporciona. Para ele, um atendimento clínico farmacêutico pelo metaverso será muito mais próximo do cliente do que uma relação de tela como a que o Zoom proporciona.
Foi Abreu quem esteve à frente da palestra, considerada um momento histórico para o mercado farmacêutico, no ICTQ Station. Ele reforça que se trata de um conceito que mescla realidades física e virtual, e que não é algo tão distante assim como muitos ainda pensam. “O metaverso proporciona uma ocorrência simultânea, em tempo-espaço, do mundo físico e do mundo virtual, onde estamos representados com avatares, em algum local. É como se fosse você ali, isso permite níveis de experiências muito maiores do que uma tela de Zoom, Google Meet, Skype ou WhatsApp Vídeo”, evidencia o professor.
De acordo com ele, o metaverso permite uma interação diferente, visitar mais locais, conhecer mais os assuntos. Por isso, marcas já estão se posicionando para proporcionarem esse nível de experiência. Juntamente com a popularização do termo vem também o interesse das marcas de diferentes nichos. Entre as que já desenvolveram ações dentro de metaversos estão: Amazon, Nike, Ralph Lauren, Itaú, Vans, Fortnite, Gucci, Balenciaga, Burberry, Stella Artois e Lojas Renner.
“Falo experiência, porque o que fica hoje na memória das pessoas são as experiências. Somos marcados pelas vivências que tivemos na infância, na adolescência, até na vida adulta. São esses marcos da vida que ficam gravados na nossa memória e que são ativados de tempos em tempos”, garante Abreu.
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O professor não acredita que os pacientes irão estranhar essa nova realidade. Poucos, a princípio, terão os óculos de realidade virtual para ter a experiência imersiva. Contudo, muitas pessoas já estão acostumadas com situações semelhantes, como o mundo Roblox – plataforma de jogos. Abreu ressalta que muitos têm filhos que já estão no metaverso, que brincam ali, por isso já estão acostumados a esse modelo. Em vez de estranhar, irão se surpreender com a experiencia do atendimento clínico farmacêutico nesse local.
“Atualmente já fazemos foto e vídeo em 4K, com 60 quadros por segundo. Na sequência passamos num editor, fazemos várias edições. A tecnologia vai evoluindo conforme a demanda. Se as pessoas começam a usar o metaverso, logo se aumentará a demanda e mais a tecnologia acompanhará esse movimento”, fala Abreu.
Ensino no metaverso
O metaverso só tem a beneficiar o ensino. O padrão de aulas virtuais foi acelerado pela pandemia e com a nova plataforma, os estudantes poderão acessá-las do computador utilizando óculos que possibilitam uma imersão completa. Abreu encabeça a equipe docente da Pós-Graduação em Telefarmácia e Farmácia Clínica no Metaverso do ICTQ.
“Esse curso vai mostrar às pessoas como atuar farmaceuticamente por teleatendimento, teleconsulta e teleinterconsulta. Nosso objetivo é expor aos farmacêuticos clínicos que dá para atuar na telefarmácia, no teleatendimento, ou seja, tirar as pessoas do estágio clínico básico, que já é muito bom, e elevá-las de nível. Também vamos mostrar como é que se faz esse planejamento, logo, certamente, algumas aulas vão passar pelo metaverso.”, destaca o professor.
“Quem conhece a trajetória do ICTQ sabe o quanto somos antenados para elevar o conhecimento dos nossos alunos, e essa pós-graduação condiz com esse novo momento que estamos vivendo, ofertando conhecimento daquilo que está acontecendo agora e que o farmacêutico precisa saber para se tornar ainda maior. Trata-se de um curso novo, totalmente disruptivo, que ensinará os farmacêuticos a utilizar a telefarmácia em todos os dispositivos e softwares possíveis”, complementa Andrade.
Perspectivas
O coordenador do curso de Farmácia da Universidade Paulista (Unip), membro do Comitê de Educação Permanente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP), professor do ICTQ e palestrante do ICTQ Station, Alípio do Carmo, reiterou que embora não seja nova, o metaverso é uma tecnologia que requer investimentos. Trata-se do futuro não somente na saúde, como na área de compras e educação, por exemplo.
“Penso que o metaverso está hoje como a internet foi para a população na década de 1980. Tudo era um mistério. Atualmente muitas pessoas não conhecem, estão com medo, mas isso é o futuro, não teremos como fugir. O Zoom e outras plataformas de educação que temos disponíveis são unidirecionais, dificilmente você tem a interação e o metaverso irá mudar este cenário”, explica Carmo.
Ele fala que a telefarmácia é um avanço. Atualmente, nos Estados Unidos, as grandes redes de farmácia já trabalham com essa modalidade à distância. No Brasil é uma forma de democratizar o acesso, chegando aos rincões do País, conversando com a população, orientando e realizando consultas e o metaverso muito contribuirá para isso.
Tarcísio Palhano, farmacêutico que edificou a farmácia clínica no Brasil e um dos responsáveis pela expansão e reconhecimento da área no País, assessor da presidência do Conselho Federal de Farmácia (CFF), visitou o ICTQ Station e assistiu à palestra do metaverso.
“Estou muito feliz em vivenciar esse momento. Atuo com Farmácia Clínica há 43 anos e que bom poder testemunhar toda essa evolução que ela tem nos proporcionado. O futuro chegou! Desde que eu soube do tema dessa palestra, farmácia clínica no metaverso, fui despertado para estar aqui hoje e fiquei muito encantado com o que vi. Essa nova realidade garante que o futuro é agora. Quero parabenizar os colegas envolvidos. Precisamos de pessoas que acreditem e façam como eles, difundindo conhecimento”, disse Palhano.
O presidente do CRF-SP, Marcelo Polacow, fez uma apresentação no ICTQ Station baseada em sua vivência no 26º Congresso da Associação Europeia de Farmacêuticos Hospitalares, que aconteceu em março, em Viena, na Áustria. Ele buscou expor tudo o que viu e colheu de referências, para que os farmas brasileiros também implantem as tendências dos próximos anos, entre elas a automação, o uso e domínio das tecnologias de informação para aproximar o atendimento dos pacientes. Telefarmácia e teleatendimento também aparecem como áreas que merecem atenção especial.
Não por acaso, Polacow fez questão de comentar sobre a aposta do ICTQ em investir no metaverso. “O metaverso é uma experiencia fabulosa, uma oportunidade muito grande para todos os farmacêuticos utilizarem esse espaço, esse canal, e, principalmente, na área de ensino é maravilhoso. O ICTQ mais uma vez inovou trazendo o que tem de mais moderno em termos de conectividade e interação entre as pessoas”, afirmou o presidente do CRF-SP.
O metaverso na farmácia, como na saúde em geral, é um caminho sem volta e trará um nível de qualidade e atendimento muito melhor. A plataforma na farmácia se iniciará pela parte clínica, que é justamente o foco no momento. Posteriormente, com mudanças de resoluções e leis brasileiras, é muito possível que se comece a atender em balcão de farmácia pelo metaverso. Essas adaptações legais devem acontecer nos próximos dois anos, segundo previsões.
Confira a estrutura curricular da Pós-Graduação em Telefarmácia e Farmácia Clínica no Metaverso do ICTQ
- Arcabouço Regulatório de Farmácia Clínica, Telesaúde, Telefarmácia, Telemedicina e Tele enfermagem;
- LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) aplicados na Farmácia Clínica;
- Tecnologias da Informação e de Comunicação (TIC) para a Farmácia Clínica: Equipamentos, plataformas, softwares e aplicativos.
- Tecnologias Imersivas - AR (Augmented Reality), VR (Virtual Reality) e MR (Mix Reality)
- Registro e Validação de Sistemas
- Token Economy - NFT’s, Blockchain & Criptoativos no Mercado Farmacêutico
- Boas Práticas de Teleconsulta Farmacêutica
- Teleinterconsulta: Gestão do Cuidado Multidisciplinar
- Telemonitoramento / Televigilância: Sistemas e Gestão
- Gestão e Boas Práticas de Teleconsultoria Farmacêutica
- Metaverso: Fundamentos, Ecossistema e Aplicações na Farmácia Clínica
- Arquitetura e Designer Interior do Consultório Farmacêutico no Metaverso
- Anamenese Farmacêutica no Metaverso versus Zoom e Google Meet
- Revisão Farmacoterapêutica no Metaverso versus Zoom e Google Meet
- Boas Práticas de Prescrição Farmacêutica no Metaverso versus Zoom e Google Meet
- Educação em. Saúde no Metaverso versus Zoom e Google Meet
- Marketing Digital - Estratégias e Gestão de Mídias
- Gestão de Tráfego no Google (SEO) e nas Redes Sociais (Estratégias para o tráfego orgânico e pago)
- Marketing de Conteúdo e Copywriting
- Gestão de CRM (Customer Relationship Management)
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