ICTQ Station 2022 se consagra um dos maiores eventos farmacêuticos do Brasil

ICTQ Station 2022 se consagra um dos maiores eventos farmacêuticos do Brasil

A segunda edição do ICTQ Station reuniu mais de 6 mil participantes - entre presenciais e na plataforma on-line -, no maior congresso farmacêutico brasileiro, ocorrido em São Paulo, em 22 de outubro. Com isso, o ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico escreveu mais um importante capítulo de sua história, marcada pelo comprometimento de valorizar a profissão farmacêutica.

Na teoria, dois anos separariam as duas primeiras edições do ICTQ Station – que havia sido considerado um dos maiores e mais inovadores eventos de experiência, entretenimento e conteúdo exclusivamente dedicado ao universo farma. Contudo, a pandemia de Covid-19 adiou a edição de número dois, que só pode ser realizada neste ano.

No evento, como primeiro ato, um quarteto musical subiu ao palco e entoou o hino da Farmácia. “Que herança inaudita Farmácia, ciência milenar. De Galeno às antigas boticas, vieram a dor do homem minorar”. O presságio encantou a plateia, em sua maioria formada por estudantes de graduação, e abriu uma programação intensa de conhecimento e diversão.

“O ICTQ é a única instituição de pós-graduação 100% dedicada ao mercado farmacêutico. Temos nota máxima no Ministério da Educação (MEC), cursos presenciais e no digital, e estamos presentes em todos os estados brasileiros, com sede em Anápolis/GO. A nossa missão é impactar os mais de 250 milhões de brasileiros por meio do conhecimento que nossos alunos adquirem em nossa instituição, seja em um evento como esse, ou em um curso pós-graduação ou de atualização, ou em um webinar. A visão do nosso Instituto é continuar sendo referência no segmento farmacêutico por meio do relacionamento. Estar aqui hoje é ter a chance de se relacionar com profissionais de todo o Brasil por intermédio do conhecimento, que traz, a cada dia, uma revolução para cada um de nós. Sejam todos muito bem-vindos à segunda edição do ICTQ Station”, falou o fundador do ICTQ e idealizador do evento, Marcus Vinicius de Andrade.

Estrutura e inovação

Um enorme palco, de 45 metros de largura, foi dividido em sete palcos menores, que receberam alguns dos maiores nomes do mercado farmacêutico brasileiro, em suas respectivas áreas, para palestras, ou melhor, verdadeiras aulas em seis trilhas do conhecimento. Foram abordados assuntos da Farmácia Clínica; Farmácia Hospitalar; da relação entre Farmácia Clínica e Hospitalar; Metaverso; Saúde Estética; Assuntos Regulatórios; e Indústria Farmacêutica. Os assuntos apresentados e discutidos permeiam dúvidas e contribuem para a tomada de decisão para iniciar ou reiniciar trajetórias.

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Um dos destaques do dia foi uma palestra especial sobre metaverso, ministrada pelo professor Edu Abreu, que foi transmitida na própria estrutura virtual, considerada uma verdadeira revolução que dissolve as fronteiras entre mundos físico e digital. Durante o ICTQ Station, o Instituto lançou, oficialmente, a Pós-Graduação em Telefarmácia e Farmácia Clínica no Metaverso, que terá um ambiente virtual construído para as aulas práticas. A primeira turma iniciará em novembro.

Convidados de peso

Um dos nomes mais aguardados no ICTQ Station era o de Gustavo Mendes, ex-gerente-geral de medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No final de julho, ele assumiu vaga no International Vaccine Institute (IVI), organismo internacional, sem fins lucrativos, criado pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) visando descobrir, desenvolver e disponibilizar vacinas seguras, eficazes e acessíveis para contribuir com a saúde pública global. Sumidade em Farmácia, Mendes foi um dos principais atuantes no combate à pandemia do coronavírus no Brasil.

“Eu trouxe aspectos sobre a regulação de medicamentos e as inovações que têm acontecido nesta seara. Hoje, muita gente entende o que é regulação, agência reguladora, o que é e o que faz a Anvisa e é importante abordar no que vamos avançar nesse aspecto. Quis trazer uma palestra que contasse a minha história e como cheguei aonde estou. Os farmacêuticos têm percebido a sua importância como profissionais que atuam desde o desenvolvimento do medicamento até a ponta, na prescrição, no acompanhamento, na atenção e isso tem sido um grande aprendizado”, contou Mendes, que se impressionou com o engajamento dos participantes no evento e elogiou a megaestrutura.

“Achei o evento sensacional, com uma estrutura incrível, com o público podendo escolher entre várias palestras. Há uma grande expectativa de que continuemos como uma classe unida, lutando pela saúde pública e sendo profissionais respeitados, combatendo a desinformação que é a função final de todos nós”, afirmou Mendes.

Já o farmacêutico que edificou a farmácia clínica no Brasil e um dos responsáveis pela expansão e reconhecimento da área no País, Tarcísio Palhano, que também é assessor da presidência do Conselho Federal de Farmácia (CFF), foi palestrante no ICTQ Station e se disse maravilhado com o formato, que ainda não havia vivenciado.

“O formato das palestras simultâneas muito me impressionou, além confluência das pessoas, o que vi foi um público maravilhoso. Você juntar 3 mil pessoas presencialmente em um espaço como esse e com uma multiplicidade de temas, tenho certeza de que todo mundo sairá daqui muito feliz. Percebi uma grande aderência de jovens, que por via indireta nos garantirão o futuro e a qualidade da profissão. Eu só quero parabenizar o ICTQ por essa realização”, comentou Palhano.

Passado e futuro

Thiago de Melo, PhD em Farmacologia e professor do ICTQ, subiu ao palco em três diferentes momentos. Bastante conhecido por seus conteúdos nas redes sociais, arrancou gritos e aplausos em todas as apresentações. Primeiramente, Melo falou sobre as gerações de farmacêuticos. Segundo ele, os profissionais formados a partir de 2010 não sabem qual é a história construída para chegar até a conquista que representa a abertura do consultório farmacêutico.

“Temos a geração de baby boomers, nascidos entre 1945 e 1964, que são pessoas que saíram da segunda Guerra Mundial e têm essa visão hierárquica, de trabalhar muito tempo nas empresas, que ainda não se acostumaram com mudanças rápidas, e temos uma Geração X, da qual podem sair os nossos líderes”, explica Melo.

Mais tarde, o professor retornou dizendo que 2022 é um ano muito especial para a Farmácia, dado que a pandemia acelerou processos antes inimagináveis. “Olhando para o ICTQ Station de 2019, o cenário hoje é completamente diferente e se passaram apenas três anos. Tudo mudou para o bem, mas as pessoas podem não ter acompanhado a necessidade de maior aprofundamento do raciocínio clinico farmacêutico, de olhar para o paciente em sua totalidade. É aprender a pescar uma ideia de uma mãe ou de um cuidador, sabendo que ali existe uma interação, que se eu ajudar evito internações, diminuo a chance de novos exames laboratoriais e de investigações desnecessárias. Em muitos casos, tudo começa ou termina dentro de uma farmácia”, afirma Melo.

Em sua terceira apresentação, o professor salientou que o raciocínio clínico do profissional também está amparado pela necessidade de interações medicamentosas. Nesse momento, discutiu-se casos clínicos e interações do cotidiano, na contramão do que convencionalmente se aprende nas graduações e na literatura, onde se abordam cases muito distantes do cenário brasileiro, dificultando o aprendizado.

“Tem gente saindo da manipulação para entender melhor interações. Tem gente saindo do hospital ainda inseguro, porque diz preferir ficar entre as prateleiras ou diluindo medicamentos a se aventurar na fase clínica, mesmo gostando, porque está faltando esse momento de intersecção. O ICTQ proporciona agora isso, com novos cursos vinculados ao raciocínio clínico”, ressalta Melo.

Atuação do farmacêutico

Nelson Belarmino, professor do Coordenare, coordenador da Câmara Técnica de Prescrição Farmacêutica do Conselho Regional de Farmácia do Ceará (CRF-CE) e professor do ICTQ, levou para o palco a atuação do farmacêutico em quimioterapia e imunoterapia. Segundo ele, com o surgimento cada vez mais veloz de medicamentos potentes contra o câncer, é importante ter essa temática discutida em um congresso farmacêutico, especialmente porque os profissionais estão bem mais inseridos nesse contexto.

“O farmacêutico saiu apenas da manipulação e, atualmente, está próximo da forma clínica oncológica e juntamente com a equipe multidisciplinar, inclusive com o médico. Os farmas são fundamentais para trazer à tona as problemáticas voltadas ao medicamento e ao cuidado e segurança com o paciente. Nem sempre uma prescrição será validada e dispensada por um farmacêutico se ele acredita que naquele momento o paciente não tem condições de receber aquela terapia. Existe uma necessidade de conhecimento da fisiopatologia para que se possa utilizar uma droga segura, que já está validada no resto do mundo e que vem para estimular o sistema imunológico a responder contra o tumor. Apresentei um conjunto de informações que trarão um diferencial para profissionais e acadêmicos de Farmácia, preparando-os, cada vez mais, para atuar na linha de frente e sempre com o cuidado exclusivamente para o paciente”, atestou Belarmino.

Luciana Colli, farmacêutica com experiência de 18 anos em registros na Anvisa, implantação de processos e procedimentos em Sistemas da Qualidade (SGQ) em medicamentos e produtos para saúde e professora do ICTQ, esteve no palco dedicado a assuntos regulatórios e mostrou que ser um profissional deste segmento vai muito além do que apenas realizar uma pós-graduação específica.

A pós-graduação é a porta de entrada, mas o profissional de assuntos regulatórios tem um perfil muito específico, que lida com assuntos muito delicados das empresas, por isso precisam ser discretos, precisamos passar confiabilidade para as organizações em trabalhamos e ter esse discernimento das informações que não se pode compartilhar. Trouxe para o ICTQ Station uma abordagem sobre como se comportar e crescer na área”, contou a professora.

Para ela, o evento foi formidável, a começar pelo formato e arquitetura do espaço. Um ponto alto, segundo Luciana, é o movimento que o ICTQ consegue de “arrastar multidões” e se comunicar com gerações mais jovens.

“É incrível o poder que a instituição possui. Estamos recebendo os nativos digitais nas universidades, pessoas daqui a pouco buscarão a pós-graduação. Vivemos um movimento muito interessante com as redes sociais, mas ainda precisamos ter muito cuidado, porque assim como tem fake news, tem fake professional também. Por mim, por mais que o profissional tenha Instagram e outras redes, profissional é profissional. Autoridade se constrói com muito trabalho, muito tempo, cursos e cases”, enfatizou Luciana.

Parcerias

O Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP) montou um estande no evento e dialogou com os participantes. O presidente, Marcelo Polacow, ressaltou que a organização e o ICTQ possuem os mesmos propósitos voltados para a educação farmacêutica e em oferecer aos profissionais o que há de melhor em informações para a profissão. “Temos construído essa parceria ao longo dos anos, que agora se consolidou mais ainda. Viemos com estande para o ICTQ Station para realmente pensarmos e caminharmos juntos pelo futuro da profissão”, garantiu Polacow, que também subiu ao palco para falar dos últimos avanços em farmácia hospitalar.

A apresentação do presidente do CRF-SP baseou-se em sua vivência no 26º Congresso da Associação Europeia de Farmacêuticos Hospitalares, que aconteceu em março, em Viena, na Áustria. De acordo com Polacow, ele buscou expor tudo o que viu e colheu de referências, para que os farmas brasileiros também implantem as tendências dos próximos anos, entre elas a automação, o uso e domínio das tecnologias de informação para aproximar o atendimento dos pacientes. Telefarmácia e teleatendimento também aparecem como áreas que merecem atenção especial.

A aplicação de tecnologias de informação e comunicação para possibilitar o cuidado do paciente pelo farmacêutico foi pauta da apresentação de Walter Jorge João, presidente do CFF. Ele destacou a regulamentação da prática da telefarmácia no Brasil, um grande passo no que compete à ampliação da atuação profissional.

Com ela, compete ao farmacêutico prover serviços diretamente destinados ao paciente, à família e à comunidade, de forma coletiva ou individual, como rastreamento em saúde, educação em saúde, manejo de problema de saúde autolimitado, monitorização terapêutica de medicamentos, conciliação de medicamentos, revisão da farmacoterapia, gestão da condição de saúde e acompanhamento farmacoterapêutico, bem como outros que venham a ser regulamentados.

“O tema que trouxe para conversamos aqui trata de um momento muito valoroso [para nossa profissão], de como usar a tecnologia para possibilitar que as pessoas realizem consultas com o farmacêutico à distância, principalmente aquelas com dificuldade de locomoção ou com qualquer outro tipo de dificuldade para chegar na farmácia para ser atendido diretamente pelo profissional. Sempre fui um defensor muito forte da telefarmácia e tenho plena consciência que é uma luta muito grande, temos alguns obstáculos e precisamos de sabedoria e equilíbrio para saber suportar”, disse o presidente do CFF.

Congressistas

Katia Huerttas é peruana, estudante do último ano de graduação em Farmácia e está no Brasil realizando intercâmbio na Universidade de São Paulo (USP). Ela é representante da Federação Internacional de Acadêmicos de Farmácia e viu no ICTQ Station um apoio na hora de escolher qual carreira seguir. “O ICTQ Station reúne muitas áreas farmacêuticas em um só evento, com muita qualidade e diversos palestrantes nos dando percepções do segmento. Estou no último ano e preciso escolher que carreira seguir e aqui tive uma visão mais ampla da nossa profissão”, contou Katia.

Para Gabrielle Gimenes Lima, presidente do panamericano da Federação Nacional dos Estudantes de Farmácia, que esteve na primeira edição do ICTQ Station, o tamanho e organização do evento foi o que mais surpreendeu. “Está bem maior esse ano. Os palestrantes estão super bem engajados, além de serem todos renomados, conhecidos em todo o País. Estou gostando bastante do conteúdo. Faço mestrado na USP e gosto muito da área clínica, que está muito abrangente aqui”, disse a farmacêutica.

Entretenimento

Como não podia ser diferente, momentos de diversão também marcaram o ICTQ Station 2022, que teve show de uma das maiores cantoras do cenário pop nacional. Indicada ao Grammy Latino com seu álbum ‘Doce 22’, Luísa Sonza colocou todo mundo para dançar com seus hits que figuram no topo das paradas. Além disso, os DJs internacionais Bruno Moutinho, Lizi Soares, Filipe Guerra, Erik Vilar e Gui Valenga incendiaram o evento.

“Importante ressaltar que o ICTQ Station vai muito além de um mero congresso ou uma feira. É um evento de networking e conhecimento rápido, smart, que é uma tendência mundial em termos de formato, e que atende àquele profissional que busca referências objetivas e que podem ser aprofundadas com o conteúdo oferecido pelo Portal do ICTQ, em outras mídias e nos cursos de pós-graduação do Instituto. Já começamos a pensar a próxima edição, sempre com objetivo de fazê-la ainda maior”, celebra Andrade.

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