A Agência Reguladora de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, sigla em inglês) concedeu a autorização para o uso emergencial do tratamento com anticorpos desenvolvido pelas empresas farmacêuticos Vir Biotechnology e GlaxoSmithKline (GSK), que será usado na terapia de pacientes com o novo coronavírus (Covid-19), em casos de infecções leves ou moderadas.
Por hora, o medicamento, intitulado Sotrovimab, não será administrado em pacientes hospitalizados com Covid-19 ou que necessitem de terapia por oxigênio, destacou a Agência americana, nesta quinta-feira (27/05), segundo informação divulgada pelo G1.
A informação ressalta ainda que a indicação do Sotrovimab é para pessoas que tenham a partir de 12 anos ou mais. Esse fármaco pertence a uma classe de medicamentos chamados anticorpos monoclonais, que imitam as defesas naturais do organismo no combate às infecções.
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Ainda de acordo com o veículo, a terapia com anticorpos estará disponível para os pacientes com Covid-19 nas próximas semanas, conforme revelou a GSK e a Vir Biotechnology.
Eficácia contra variantes
De acordo com o Valor Econômico, o presidente da Vir Biotechnology, George Scangos, destacou que uma análise preliminar dos dados produzidos em laboratório revelou que o tratamento com anticorpos mostrou uma redução de 85% em todas as causas de hospitalizações ou morte, apresentando, inclusive, eficácia contra todas as variantes conhecidas, incluindo a cepa emergente da Índia.
O FDA também confirmou essa informação por meio do seu portal oficial: "O FDA está monitorando cuidadosamente as variantes virais circulantes e sua sensibilidade aos anticorpos monoclonais autorizados para o tratamento de Covid-19, incluindo o Sotrovimab. Testes de laboratório mostraram que o Sotrovimab apresenta atividade contra as variantes circulantes atuais relatadas pela primeira vez no Reino Unido, África do Sul, Brasil, Califórnia, Nova York e Índia", publicou a Agência americana.
Vale reforçar, entretanto, que a informação divulgada por Scangos é baseada em análises laboratoriais preliminares, ou seja, ainda serão necessários mais testes para, de fato, atestar a eficácia do fármaco contra as variantes.
Nesse sentido, conforme lembra o farmacêutico e professor da pós de Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Thiago de Melo, as medidas de prevenção são muito importantes no combate às novas cepas e ao vírus.
“Com menos Sars-CoV-2 circulantes, o impacto sobre as novas variantes mutantes também pode ser suavizado, afinal, com menos ‘casas’ para o vírus morar, menos chance de ele trocar seus códigos", disse ele, em recente entrevista à equipe de jornalismo do ICTQ.
Outro fator importante é que as farmacêuticas ainda estão realizando testes clínicos do tratamento e esperam fornecer análises de dados de segurança e eficácia ainda neste primeiro semestre de 2021, pois no segundo planejam solicitar o Pedido de Licença Biológica (BLA) ao FDA. Por enquanto, ainda não há autorização para o uso do medicamento no Brasil.
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