Um recente estudo apresentado na Conferência Mundial de Câncer de Pulmão (WCLC) apontou o surgimento de um novo tratamento oral para o câncer de pulmão de células não pequenas (CPNPC) em fase avançada.
A comprovação da eficácia do tratamento levou a agência reguladora dos Estados Unidos a classificá-lo como terapia inovadora. Enquanto no Brasil, ele já foi submetido à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), conforme destacou o portal 2A+Farma.
Intitulado de CodeBreaK 100, o estudo é resultado de mais de 40 anos de pesquisa e é o primeiro a trazer evidências clínicas para tratar pacientes que enfrentam uma das mutações mais comuns no câncer, a do gene KRAS.
O CodeBreaK 100 avaliou o uso da molécula sotorasibe em 126 pacientes que apresentavam esse tipo de neoplasia e com uma mutação específica do gene KRAS, a G12C.
Os resultados foram muito positivos. Cerca de 80% dos pacientes conseguiram ter maior controle da doença, sendo três respostas completas e 43 respostas parciais, e a melhor redução mediana do tumor entre todos os participantes (n = 46) foi de 60%.
O estudo clínico de fase 2 ocorreu no mundo todo, inclusive no Brasil e seu desempenho animou a comunidade científica, conforme aponta o médico oncologista e pesquisador do Instituto Nacional do Câncer (INCA), Luiz Henrique Araújo.
“Nós, pesquisadores, estamos extremamente satisfeitos que o estudo demonstrou com sucesso uma resposta. A pesquisa clínica demonstrou que temos em mãos a potencial primeira terapia direcionada aprovada para esses pacientes, que até então eram desassistidos pela ciência”, apontou o médico.
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Sobre o estudo
O tratamento consistiu em tratar os pacientes com uma dose diária de 960 mg de sotorasibe, por via oral. Antes de iniciar o tratamento, 81% dos pacientes já haviam progredido tanto com quimioterapia à base de platina quanto com inibidores PD1 / L1, com o restante progredindo após terem recebido uma dessas terapias.
O estudo apontou sobrevida livre de progressão mediana de 6,8 meses em um acompanhamento mediano de mais de um ano em pacientes em estágio avançado da doença.
O tempo mediano para resposta foi de 1,4 meses, ou seja, a maioria dos pacientes tiveram redução confirmada logo no primeiro exame de avaliação.
Com isso, o sotorasibe apresentou um perfil de risco-benefício favorável, sendo a maioria dos eventos adversos relacionados aos tratamentos leves a moderados (grau 1 ou 2). Além disso, não houve morte de qualquer paciente em teste.
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