A indústria farmacêutica norte-americana Johnson & Johnson (J&J) terá que desembolsar mais de US$ 100 milhões (equivalente a R$ 550 milhões) em mais de mil ações judiciais que enfrenta envolvendo seu talco infantil. Segundo a Bloomberg, que entrevistou fontes especializadas no assunto, o produto pode ter um agente causador de câncer.
No entanto, a situação ainda pode se agravar. De acordo com estimativa da consultoria Bloomberg Intelligence, feita em julho de 2020, há outras ações similares. Por isso, para resolver todos os casos pendentes a Johnson & Johnson pode ter que gastar até US$ 10 bilhões (mais de R$ 55 bilhões), pois, tem ainda mais de 20 mil processos correndo na justiça.
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Segundo a mídia internacional, esse foi apenas o primeiro grande acordo realizado pela empresa farmacêutica após quatro anos de contenção, conforme publicado na revista Fórum.
Esse possível acordo teria acontecido sete meses após a última sessão do tribunal sobre o caso, pois, a companhia farmacêutica teria aproveitado a pausa gerada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) para realizar algumas negociações.
As acusações
As ações começaram a surgir após consumidores alegarem que o talco teria causado câncer por estar contaminado com amianto, um conhecido agente cancerígeno. Esses relatos foram publicados no site Actualidad RT.
Posição da Johnson & Johnson
Em declaração por meio de seu porta-voz, Kim Montagnino, a Johnson & Johnson nega as acusações, destacando que "em certas circunstâncias, optamos por resolver os processos, o que é feito sem admissão de responsabilidade e em nada altera a nossa posição em relação à segurança dos nossos produtos", afirmou.
Ainda de acordo com o representante da indústria farmacêutica, esse posicionamento é apoiado por "evidência científica", reiterando ainda que seu talco é “seguro, não contém amianto e não causa câncer”.
Mais informações
Vale ressaltar que, em maio de 2020, a Johnson & Johnson anunciou que deixaria de comercializar seu talco para bebês nos Estados Unidos e no Canadá. Naquela ocasião, a gigante farmacêutica comunicou que estava realizando uma “reavaliação da carteira de produtos de consumo relacionada com a Covid-19”.
No entanto, segundo informação publicada pelo EL País, naquele período a companhia já somava mais de 16 mil ações de consumidores que alegaram que os talcos da empresa, principalmente o Baby Powder, estavam causando câncer.
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