O governo de São Paulo confirmou nesta quarta-feira (6/1) que a primeira dose da vacina Coronavac contra o novo coronavírus começará a ser dada no dia 25. A aplicação do imunizante será feita em duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas, revelou o Valor.
Na primeira fase da imunização, até 28 de março, a Coronavac, que é desenvolvida pela chinesa Sinovac e pelo Instituto Butantan, será destinada a 9 milhões de pessoas, entre idosos, profissionais da área da saúde, indígenas e quilombolas (primeira dose em 25 de janeiro e segunda dose em 15 de fevereiro).
Em um encontro entre o governo de São Paulo com prefeitos e representantes dos 645 municípios paulistas, o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, reafirmou que a população receberá duas doses da vacina, descartando, assim, a possibilidade de aplicar apenas uma dose da Coronavac.
São Paulo terá disponíveis 18 milhões de doses da vacina na primeira fase de imunização, e 27 milhões de seringas e agulhas, assinalou o secretário, destacando o grupo de profissionais de saúde nessa etapa. “Os trabalhadores da área da saúde serão médicos, enfermeiros, mas também toda aquela população que trabalha dentro das unidades hospitalares e que nós realmente precisamos que eles continuem com saúde para não serem afastados em decorrência dessa doença”, afirmou o Gorinchteyn.
Conforme o cronograma divulgado, o Estado terá mais de 10 mil postos de vacinação nos 645 municípios, entre escolas, quartéis da Polícia Militar, estações de trem, terminais de ônibus e farmácias, além da vacinação pelo sistema de ‘drive-thru’. A imunização ocorrerá de segunda a sexta-feira, das 7h às 22h, e aos sábados, domingos e feriados, das 7h às 17h.
Após imunizar profissionais da saúde, quilombolas e indígenas, a vacinação seguirá por faixa etária da seguinte forma:
- 75 anos ou mais – 8 de fevereiro e 1º de março
- 70 a 74 anos – 15 de fevereiro e 8 de março
- 65 a 69 anos – 22 de fevereiro e 15 de março
- 60 a 64 anos – 1º de março e 22 de março
Coronavac tem 100% de eficácia nos casos graves
O Instituto Butantan divulgou hoje que a Coronavac tem eficácia de 78% para os infectados que apresentaram casos leves ou precisaram de atendimento ambulatorial nos testes realizados no Brasil – a taxa mínima recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Anvisa é de 50%. A vacina foi testada em 16 centros de pesquisas, em sete Estados e no Distrito Federal. Cerca de 12,4 mil voluntários brasileiros participaram dos testes, que começaram em julho de 2020.
Segundo o governo de SP, a taxa de eficácia de 78% significa que a cada cem voluntários que contraíram o vírus, somente 22 tiveram apenas sintomas leves, mas sem a necessidade de internação hospitalar. Entre os imunizados ao longo dos testes clínicos e que contraíram o vírus, nenhum apresentou caso grave ou moderado da doença nem precisou de internação. “Ou seja, quem tomar a vacina do Butantan estará com a saúde protegida e chances mínimas de agravamento da Covid-19”, revelou comunicado do governo paulista.
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De acordo com o Butantan, o imunizante garantiu também 100% de proteção contra mortes, casos graves e internações nos voluntários que foram contaminados. “A vacina mostrou 100% de eficácia contra casos graves e moderados. Não houve nenhum caso grave de Covid-19 entre os voluntários imunizados com a vacina do Butantan”, explicou o diretor do Butantan, Dimas Tadeu Covas.
A parceria entre o Butantan e a Sinovac é desenvolvida desde 10 de junho. Segundo o governo, em outubro, foi divulgado que a Coronavac é a mais segura entre todas as vacinas testadas no Brasil. No mês seguinte, a revista científica Lancet publicou os resultados de segurança da Coronavac nas fases 1 e 2, realizados na China, com 744 voluntários. A publicação mostrou que a vacina é segura e tem capacidade de produzir resposta imune em 97% dos casos no prazo de até 28 dias após a aplicação.
Com os índices atingidos na pesquisa no Brasil, o Butantan solicitou hoje (7/1) registro emergencial da vacina junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), passo fundamental para que seja iniciada a imunização ainda neste mês.
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