A indústria farmacêutica norte-americana MSD entrou definitivamente na corrida para encontrar um tratamento contra a Covid-19. Em parceria com outras instituições ela atua em três frentes de pesquisas – duas vacinas e um antiviral.
Uma das instituições parceiras é o International AIDS Vaccine Initiative (IAVI), organização de pesquisa científica sem fins lucrativos, criada para enfrentar os desafios urgentes e não atendidos da saúde global como HIV e tuberculose, com quem a MDS está trabalhando em uma vacina contra o novo coronavírus.
Outro parceiro do laboratório norte-americano é a Ridgeback Biotherapeutics LP, empresa de biotecnologia de capital fechado, para acelerar os estudos sobre o EIDD-2801, um candidato antiviral disponível por via oral.
De acordo com a diretora executiva da companhia no Brasil, Márcia Abadi, em entrevista ao Valor Econômico, esse edicamento poderá bloquear a reprodução do vírus em um estágio mais precoce da doença. “O esforço que se tem feito é enorme em termos de colaboração entre as empresas. Por isso a Organização Mundial da Saúde (OMS) está envolvida nessas iniciativas e promovendo parceira na área de saúde como nunca vimos na vida”, disse.
Em outra frente, a empresa desenvolve um possível imunizante contra a Covid-19 com a Themis Bioscience, que se concentra em vacinas e terapias imunológicas para doenças infecciosas e câncer, recém-adquirida pela MSD. A empresa austríaca de biotecnologia já vinha desenvolvendo, em parceria com o Instituto Pasteur de Paris, uma vacina usando uma cepa enfraquecida do vírus do sarampo programado para produzir antígenos do novo coronavírus.
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“Ainda não definimos em quais países os estudos clínicos serão realizados. Mas acreditamos que as vacinas irão para ensaios em humanos nos próximos meses”, afirmou Márcia ao jornal. Segundo ela, a companhia aumentou os investimentos nessa área para encontrar uma solução viável para a pandemia. “O que temos, por enquanto, é anuncio de estudos clínicos dessas iniciativas e que devem começar neste ano. No antiviral, a indicação de que é seguro está na comprovação de que é eficaz com os ensaios. As três iniciativas terão o início dos testes em humanos em 2020”, completou.
Segundo a executiva, de 2019 a 2023, a MSD deve investir US$ 19 bilhões em pesquisa e desenvolvimento. “Desde os primeiros dias da pandemia, a MSD está envolvida em pesquisas próprias e em discussões com outras academias, contribuindo com a nossa experiência científica e buscando encontrar soluções contra a nova doença”, afirmou Márcia, lembrando que os estudos em outras áreas continuam.
“Pesquisas clínicas em oncologia, vacina e anti-infecciosos não pararam por causa dos esforços para encontrar uma solução para a Covid-19. Estamos adicionando uma via a mais, entendendo a urgência mundial”, salientou a diretora da MSD e foi além. “As pessoas não se preocupam com outras doenças. E isso pode causar problemas de saúde pública no futuro. Além das vacinas para a Covid, estamos preparando o lançamento de vacina pneumocócica, que pode ser usada no público adulto e em crianças, diminuindo a incidência de graves doenças”.
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