Cientistas do Instituto de Genômica Comparativa do Museu de História Natural de Nova York, nos Estados Unidos, descobriram um gene misterioso chamado ORF3d, encontrado dentro de outro gene no novo coronavírus (SARS-CoV-2), segundo revelou a BBC News. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica eLife.
Embora a função específica desse gene ‘sobreposto’ ainda deva ser investigada, os pesquisadores acreditam que a descoberta desses tipos de genes “pode revelar novas vias de controle para o vírus, como medicamentos antivirais”. Eles também não descartam que esse gene possa contribuir para a biologia única do vírus e seu potencial pandêmico.
De acordo com o estudo liderado por Chase Nelson, para responder a todas as questões colocadas pelo coronavírus, é necessário compreender os genomas virais com precisão e amplitude.
“A sobreposição de genes é talvez uma das maneiras pelas quais os coronavírus evoluíram para se replicar de maneira eficiente, atrapalhar a imunidade dos infectados e se transmitir”, revelou Nelson á BBC.
Um gene sobreposto permanece oculto em uma cadeia de nucleotídeos devido à maneira como ele se sobrepõe às sequências codificadas de outros genes. Esses genes são difíceis de identificar, de acordo com o estudo, já que a maioria dos programas informatizados científicos não são projetados para encontrá-los. No entanto, eles são comuns dentro dos vírus.
“Devido ao tamanho de seu genoma, o SARS-CoV-2 e seus semelhantes estão entre os vírus de RNA mais longos que existem. Talvez sejam mais propensos a conter essa 'farsa genômica’”, explicou Nelson.
Como esse gene oculto foi descoberto recentemente, mais pesquisas serão necessárias para descobrir todas as suas implicações. “Ainda não sabemos seu significado clínico e função, mas prevemos que é relativamente improvável que esse gene seja detectado pela resposta das células T, ao contrário de uma resposta de anticorpos”, salientou Nelson.
Receba nossas notícias por e-mail: Cadastre aqui seu endereço eletrônico para receber nossas matérias diariamente
As células T são uma espécie de células do sistema imunológico cujo objetivo principal é identificar e matar patógenos invasores ou células infectadas. Elas fazem isso usando proteínas em sua superfície, que por sua vez podem aderir a proteínas na superfície desses impostores.
Os pesquisadores também descobriram esse gene em um coronavírus presente em um pangolim, que pode refletir perdas e ganhos desse gene durante a evolução do SARS-Cov-2 e outros vírus semelhantes.
O estudo concluiu a necessidade de aprofundar a descoberta, já que “genes sobrepostos são uma parte importante da biologia viral e merecem mais atenção”.
Participe também: Grupos de WhatsApp e Telegram para receber notícias farmacêuticas diariamente
Obrigado por apoiar o jornalismo profissional
A missão da Agência de notícias do ICTQ é levar informação confiável e relevante para ajudar os leitores a compreender melhor o universo farmacêutico. O leitor tem acesso ilimitado às reportagens, artigos, fotos, vídeos e áudios publicados e produzidos, de forma independente, pela redação da Instituição. Sua reprodução é permitida, desde que citada a fonte. O ICTQ é o principal responsável pela especialização farmacêutica no Brasil. Muito obrigado por escolher a Instituição para se informar.