Estudo liderado pelo professor David-Dan Nguyen, da Escola de Medicina da Harvard, nos Estados Unidos, realizou um levantamento de informações na plataforma VigiBase, que coleta dados sobre reações adversas a medicamentos de 153 países, contendo mais de 20 milhões de relatórios. Após a análise, os pesquisadores constataram um número desproporcional de ideação suicida (em que a pessoa pensa no autoextermínio), depressão e ansiedade entre indivíduos de até 45 anos, que faziam uso da finasterida, substância utilizada no combate à queda de cabelos.
Segundo o portal Correio Braziliense, nos últimos dez anos, membros da comunidade científica vêm demonstrando preocupações a respeito de efeitos psicológicos negativos relacionados à administração da finasterida, que além de ser um dos fármacos mais populares para a terapia contra a calvície em homens, também é usado no tratamento do câncer de próstata.
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Nesse sentido, o estudo, que foi publicado na revista especializada Jama Dermatology, levanta a possibilidade de que o resultado possa ter sido influenciado pelo fato de que os pacientes foram questionados a respeito desses efeitos colaterais psicológicos, pois, desde 2012 existe uma repercussão em torno do assunto.
No entanto, os autores alertam que “pacientes mais jovens podem ser mais vulneráveis aos efeitos adversos da finasterida”. Os pesquisadores ainda reforçam: “As conclusões desse estudo sugerem que o risco de tendência ao suicídio, depressão e ansiedade deveria ser considerado ao se prescrever finasterida aos pacientes mais jovens com perda de cabelo”, explicam eles, por meio do artigo.
Mais evidências
Segundo os cientistas, há um claro sinal dos efeitos colaterais, entretanto eles pedem cautela: "Nesse estudo, nós encontramos um indício, mas precisamos de mais investigação para entender se há uma explicação biológica [para o fenômeno]. Às vezes, efeitos colaterais podem funcionar como uma profecia autorrealizadora, ou seja, quanto mais as pessoas sabem das preocupações, mais elas falam sobre elas. Mas, neste caso, há um claro sinal [de perigo] aqui e somos desafiados a responder porque ele existe", afirmou, em um comunicado à imprensa, Quoc-Dien Trinh, que é um dos autores da publicação.
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