Pesquisadores da empresa PrimerGen, em Viseu, Portugal, explicaram à agência de notícias Lusa que a niclosamida, medicamento vermífugo antigo, desenvolvido no final de década de 1950 pela multinacional farmacêutica Bayer AG, pode ser uma nova alternativa no tratamento do novo coronavírus (Covid-19).
Segundo um dos pesquisadores, Bruno Fonseca, “um estudo científico publicado este ano revela que o medicamento tem um potencial enorme no combate ao vírus [coronavírus] e, por isso, poderá ter um papel preponderante no tratamento da Covid-19”.
Nesse sentido, a equipe de pesquisadores da PrimerGen, que foi fundada em julho deste ano com o principal objetivo de testar a utilidade desse fármaco e dos seus derivados no tratamento da Covid-19, visa angariar € 200 mil (mais de R$ 1,2 milhão) por meio de uma campanha da GoFundMe para poder estudar o medicamento. “Os custos de pesquisa são, atualmente, extremamente elevados”, destacou Fonseca, em matéria publicada no portal português Notícias Coimbra.
No entanto, Fonseca explica que os estudos já começaram, pois, a PrimerGen estabeleceu uma parceria com a equipe de virologistas da Universidade British Columbia. “O estudo já está em curso e contamos concluí-lo entre o final de 2021 e o primeiro semestre de 2022”, frisou.
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Por isso, os cientistas esperam apresentar os primeiros resultados da análise no primeiro semestre de 2021. “Muito provável que isso aconteça, simultaneamente, com a chegada de uma vacina ao mercado em escala mundial”, destacou o cientista. Contudo, ele reforça que o desenvolvimento do imunizante não anula a necessidade de um antiviral eficaz no tratamento da doença.
Vale reforçar que um ponto a favor da niclosamida, no caso de uma possível comprovação de sua eficácia, está relacionado ao fato de que o produto é de baixo custo e consta na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Outros estudos
Vale reforçar que essa não é a primeira iniciativa de pesquisa em relação à niclosamida, utilizada no tratamento de teníase. Recentemente, cientistas sul-coreanos tiveram resultados promissores com o fármaco em testes laboratoriais.
Em uma pesquisa, que foi publicada na revista especializada da Sociedade Americana de Microbiologia, Antimicrobial Agents and Chemotherapy, o vermífugo foi capaz de vencer o novo vírus nos testes laboratoriais.
No estudo, os cientistas ainda destacam que a niclosamida já se mostrou eficaz, inclusive, contra outros vírus da mesma família coronavírus. "Não surpreende que seu efeito antiviral de amplo espectro tenha sido bem documentado na literatura, incluindo propriedades antivirais contra síndrome respiratória aguda grave (Sars) e síndrome respiratória do Oriente Médio (Mers-CoV)”, afirmou os estudiosos, por meio de matéria publicada no Estadão.
Desvantagem
Contudo, nesse mesmo artigo, os cientistas ressaltam que há uma desvantagem no efeito da substância niclosamida, que seria sua baixa absorção pelo organismo humano.
É importante ressaltar que esses estudos são de fase inicial, por isso, mais análises ainda precisam ser realizadas para atestar, de fato, os efeitos do medicamento no combate à doença.
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