Um método polêmico tem sido considerado para testar vacinas contra o novo coronavírus (Covid-19) no Reino Unido: expor intencionalmente voluntários ao vírus, em uma iniciativa conhecida como testes de desafio.
A estratégia deverá ser permitida pelo governo britânico a partir de janeiro de 2021, segundo o jornal Financial Times. Esse método de testagem disponibiliza ao voluntário uma vacina experimental e, posteriormente, expõe a pessoa ao vírus, em um ambiente controlado.
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Nesse sentido, um porta-voz do Departamento de Negócios, Estratégia Empresarial e Industrial do Reino Unido declarou ao portal Gizmodo: “Estamos trabalhando com parceiros para entender como podemos colaborar no desenvolvimento potencial de uma vacina para Covid-19, por meio de estudos de desafio humano”.
Opiniões divididas
O sistema é controverso e divide opiniões, alguns defensores da técnica afirmam que isso pode acelerar o desenvolvimento dos potenciais antígenos contra a Covid-19. Em contrapartida, outros cientistas se preocupem com os riscos potenciais de que a iniciativa possa causar danos à saúde dos voluntários envolvidos.
Para o professor de ética médica da Universidade de Oxford, Dominic Wilkinson, neste momento, em que o mundo passa por “uma ameaça global sem precedentes, como a Covid-19, é um imperativo ético realizar esses estudos controlados para ajudar a desenvolver uma vacina e, então, identificar a melhor das vacinas”.
Ainda de acordo com o Financial Times, esses testes de desafio seriam aplicados em uma instalação utilizada para quarentena em Londres. No entanto, ainda há poucas informações sobre como deverão acontecer, pois, até mesmo o número de voluntários que são esperados na iniciativa ou quantas vacinas serão analisadas são dados incertos. Contudo, sabe-se que algumas companhias farmacêuticas, como a Sanofi e a AstraZeneca, já revelaram que não estarão envolvidas nessa pesquisa.
Empresas interessadas
Por outro lado, outras empresas farmacêuticas se mostraram interessadas em realizar os testes. Na quinta-feira (24/09), a companhia Open Orphan revelou que estava em “negociações avançadas” com o governo do Reino Unido e outros parceiros para dar início a esse experimento. No entanto, ressaltou que “não pode haver certeza que essas discussões levarão a um novo contrato até que as negociações finais sejam concluídas”.
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