O farmacêutico e professor do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Gustavo Alves, apresentou no Fantástico do último domingo (2/8), na TV Globo, um exame que permite diagnosticar o Alzheimer por meio da saliva do paciente, 30 anos antes dos primeiros sintomas da doença aparecerem. A doença aflige mais de 30 milhões de pessoas em todo mundo.
Ao lado da equipe de pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, Gustavo Alves está envolvido em um trabalho científico que pode revolucionar o tratamento do Mal de Alzheimer. O método de diagnóstico antecipado pela saliva foi descoberto durante o projeto de doutorado do farmacêutico.
“Nós desenvolvemos o exame para o diagnóstico de Alzheimer no meu doutorado, entre 2012 e 2013. O teste é feito a partir da saliva, que é um elemento de fácil obtenção e indolor. Por meio do teste, descobrimos duas proteínas, a tau e a beta amiloide, que estão relacionadas com ao surgimento da doença nos pacientes”, esclareceu Alves, em entrevista exclusiva ao Portal do ICTQ. Ambas as proteínas têm ligação com as placas senis dos emaranhados que formam a moléstia. “Com isso, nós conseguimos comprovar a viabilidade do teste de saliva como preditivo para pessoas com Alzheimer”.
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Inicialmente, os testes foram realizados em 54 idosos. Em indivíduos com Alzheimer, os resultados foram positivos. Agora, em 2020, o farmacêutico e sua equipe realizarão o exame em 180 pacientes, entre eles, 60 idosos com a doença, 60 idosos sem a doença e 60 adultos (não idosos) sem a doença. O próximo passo é comprovar e criar um método para fazer a análise na saliva.
Alves, que também é pós-dourando em anatomia e cirurgia pela USP, explica que o principal intuito do exame é facilitar o diagnóstico da enfermidade, principalmente porque essas proteínas começam a se acumular no cérebro dos pacientes a partir dos 30 anos. “A ciência já comprovou que a doença de Alzheimer começa a se desenvolver por volta de 30 a 35 anos, antes de apresentar os primeiros sinais. Então, uma pessoa com 65 anos, por exemplo, começou a ter o acúmulo dessas proteínas no cérebro a partir dos 30 anos”.
O pesquisador ainda ressalta de que maneira a implementação do exame poderá contribuir para o tratamento do Alzheimer. “A partir do momento em que o paciente sabe que tem propensão a desenvolver a doença – ou que está nos estágios iniciais ou antes, período que chamamos de fase prodrômica – ele pode tomar medidas em relação à alimentação, e à dieta”.
Segundo o professor do ICTQ, o exame poderá ser um aliado da indústria farmacêutica no surgimento de novos fármacos. “Até mesmo em relação aos medicamentos, embora hoje não tenha cura, acredita-se que, nos próximos anos, devido à grande quantidade de drogas em estudo, possa surgir alguma novidade. Nesse caso, o exame da saliva seria bastante interessante para a pessoa não desenvolver a doença”, explica.
Por fim, ele enfatiza que o próximo passo é transformar a pesquisa em um produto com patente, para então conseguir utilizar o exame assim que o método for desenvolvido, medida que ele está trabalhando neste ano. Vale ressaltar que os testes ainda estão em fase inicial, por isso, o método ainda deverá passar por mais avaliações.
Para mais informações sobre a pesquisa do professor Gustavo Alves acesse este link.
Assista a reportagem do Fantástico aqui:
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