Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), coordenado pelo farmacêutico e professor, Ádley Antonini Neves de Lima, descobriu uma nova substância para o tratamento contra a obesidade. O produto foi desenvolvido por meio de um breu branco, planta encontrada na região Amazônica. Além de possuir efeito antiobesidade, a descoberta científica possui atividades farmacológicas importantes, como ação anti-inflamatória, antimicrobiana, antioxidante e antiaterosclerótica.
Segundo Lima, todas essas funções do produto são ainda mais declaradas com a inclusão das ciclodextrinas (que podem ser utilizadas como adjuvante tecnológico para melhorar a biodisponibilidade de fármacos). Após a descoberta, os pesquisadores envolvidos no grupo, coordenado pelo farmacêutico, deram início ao processo de patente.
O dispositivo patenteado é um complexo de inclusão com ciclodextrinas naturais e derivadas, com a mistura binária de alfa, beta-amirenona, que é uma substância natural obtida a partir do breu branco. “Durante o desenvolvimento, conseguimos a melhoria de vários aspectos desta nova substância natural, como por exemplo, sua solubilidade em água, que é fundamental para o desenvolvimento de novos medicamentos, e o aumento da sua atividade antiobesidade, inibindo a ação da enzima lipase e reduzindo o peso corporal em animais”, explicou Lima, que é docente do Departamento de Farmácia, em entrevista publicada no portal da UFRN.
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O grupo ainda conta com a participação dos cientistas Luana Carvalho de Oliveira, Valdir Florêncio da Veiga Junior e Emerson Silva Lima. O pedido de patente feito por Lima é intitulado Complexos do Triterpeno alfa, beta-amirenona com aumento da atividade antiobesidade, em cotitularidade da UFRN com a Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
De acordo com o documento, o grupo indica a utilização do novo sistema para aplicação junto a formulações para uso em terapias cosméticas ou na utilização em suplementos alimentares.
O produto
O produto nasceu sob a apresentação em pó, sendo testado em laboratório e obtendo uma inibição da enzima lipase em torno de 90%, índice superior às alternativas existentes atualmente. A descoberta está vinculada ao grupo de pesquisa Inovação em Fármacos e Medicamentos (INOFARM) e ao Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF), onde Luana desenvolve seu projeto de mestrado.
“Este resultado aponta para um enorme potencial de redução de obesidade e de peso, onde a alfa, beta-amirenona já foi testada em camundongos e foi observada uma redução significativa no peso dos animais. Vamos testar agora nosso produto, comparando esta redução no peso dos animais com o objetivo de aumentar ainda mais esta ação antiobesidade, com redução mais significativa do peso corporal”, ressalta Lima.
Próximos passos
Lima explica que a busca por novos medicamentos é um processo complexo. Contudo, ele enfatiza que após finalizar o estudo, a ideia é disponibilizar o produto no mercado como uma nova alternativa que possa melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem com sobrepeso, além de algumas comorbidades associadas, como hipertensão e cardiopatias, por exemplo.
A iniciativa ainda conta com a participação do professor da UFRN, Euzébio Guimarães Barbosa, que contribui com estudos teóricos computacionais (in sílico).
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