Frequentemente, a mídia tem noticiado casos de pessoas com mais de 90 anos que conseguiram vencer o novo coronavírus (Covid-19). Nesse sentido, a Universidade de São Paulo (USP) está desenvolvendo um estudo que busca desvendar as razões para essa resistência dos superidosos à doença, relacionando causas genéticas e reações imunológicas.
Segundo a professora do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva da USP, Mayana Zatz, a intensidade dos impactos de uma doença no organismo humano pode ser regulada por fatores relacionados aos genes. De acordo com a cientista, antes do surto do novo coronavírus, estudos já constataram que pessoas com as mesmas variações genéticas podem responder de maneiras diferentes a um problema de saúde. Ela ainda explica que muitas dessas pesquisas estão analisando os superidosos.
"Quando começaram a sair as primeiras notícias de pessoas com mais de 90 anos que tiveram Covid-19 e se curaram, isso foi ao encontro do que nós já estávamos estudando. O que estamos vendo é que algumas pessoas possuem um perfil genético que as fazem resistir a qualquer 'desaforo' do ambiente, inclusive ao coronavírus", destaca ela, ao jornal da USP.
Receba nossas notícias por e-mail: Cadastre aqui seu endereço eletrônico para receber nossas matérias diariamente
O estudo
Mayana revela que amostras estão sendo coletadas para exames que deverão revelar os motivos dessa resistência dos superidosos. Além disso, a análise também estuda pessoas jovens que morreram em decorrência do novo vírus e indivíduos assintomáticos e resistentes à contaminação.
A cientista ainda conta que o estudo está relacionando fatores geográficos, que incluem uma pesquisa populacional. Contudo, a pesquisadora ressalta que nos bancos de dados internacionais, geralmente, as informações são de populações europeias: “Mas estamos encontrando várias diferenças na nossa população, que é etnicamente diversa", afirma.
Voluntários
No entanto, Mayana lembra que apesar do estudo analisar diversas linhas e frentes de pesquisas, o intuito principal é desvendar a resistência dos superidosos. Além disso, a iniciativa também analisa casais em que um indivíduo foi contaminado pelo vírus e outro não, mesmo convivendo juntos. Nesse sentido, a USP convida voluntários que desejam participar, a inscrição pode ser feita por meio de e-mail (veja aqui).
Participe também: Grupo de WhatsApp e Telegram para receber notícias farmacêuticas diariamente
Obrigado por apoiar o jornalismo profissional
A missão da Agência de notícias do ICTQ é levar informação confiável e relevante para ajudar os leitores a compreender melhor o universo farmacêutico. O leitor tem acesso ilimitado às reportagens, artigos, fotos, vídeos e áudios publicados e produzidos, de forma independente, pela redação da Instituição. Sua reprodução é permitida, desde que citada a fonte. O ICTQ é o principal responsável pela especialização farmacêutica no Brasil. Muito obrigado por escolher a Instituição para se informar.