Na terça-feira (16/06), pesquisadores britânicos afirmaram que descobriram o primeiro medicamento que, comprovadamente, é capaz de reduzir mortes causadas pelo novo coronavírus (Covid-19). Segundo os cientistas da universidade de Oxford, o fármaco em questão é o corticoide dexametasona, substância que é normalmente indicada para o tratamento de alergias e inflamações.
A informação já causa repercussão em todo o mundo. O Ministério da Saúde do Reino Unido até confirmou que vai incluir a substância no tratamento de pacientes com Covid-19. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) ainda não se pronunciou sobre a pesquisa divulgada pelos cientistas britânicos.
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De acordo com informação divulgada à imprensa internacional, uma análise, que será publicada nos próximos dias, apresentou resultados com 2.104 pacientes, que foram escolhidos de maneira aleatória e medicados com dexametasona, por via oral ou intravenosa. Essas pessoas foram comparadas com outros 4.231 indivíduos que foram tratados de forma convencional, ou seja, de outras maneiras.
Os resultados teriam demonstrado uma redução de 35% para pacientes que precisavam de tratamento com respiradores e 20% para aqueles que necessitavam de suporte de oxigênio. Contudo, não houve registro de que o fármaco seja eficiente em situações menos graves da infecção pelo novo vírus.
"Esse é um resultado extremamente bem-vindo. O benefício da sobrevivência é claro e amplo nestes pacientes que estavam doentes o suficiente para precisarem de tratamento com oxigênio. Então, a dexametasona pode agora se tornar padrão no cuidado destes pacientes”, informou o pesquisador da Universidade de Oxford, Peter Horby, em comunicado divulgado pela agência AP.
Para ele, outro fator importante é que substância é acessível: "A dexametasona é barata nas prateleiras e pode ser usada imediatamente para salvar vidas ao redor de todo o mundo”, complementou.
Outra autoridade que se manifestou sobre a possível descoberta foi o diretor médico do Serviço Nacional de Saúde (NHS) britânico, Stephen Powis: “É um grande avanço na busca de novas maneiras de tratar enfermos da Covid-19".
Cautela
Apesar da divulgação dos pesquisadores britânicos sobre o estudo é preciso aguardar mais informações sobre o assunto, inclusive, o posicionamento da OMS. Além disso, todo medicamento apresenta contraindicações e só deve ser administrado com prescrição médica e orientação do farmacêutico, pois, a automedicação é perigosa.
A dexametasona, por exemplo, não deve ser utilizada por pessoas que sejam alérgicas (ou com histórico de que alguém da família tenha tido alguma reação adversa após o uso) ao seu princípio ativo ou a qualquer outra substância da mesma classe e composição, bem como a alguma propriedade presente na fórmula.
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