O economista Romison Rodrigues Mota passa a compor a Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com mandato de cinco anos. Ele substitui a farmacêutica Alessandra Bastos Soares. A indicação foi aprovada ontem (8/7) pelo Plenário do Senado.
Antes de passar pelo Plenário, a designação havia sido previamente aprovada pela Comissão de Assuntos Sociais, em 7 de julho, após sabatina. Segundo a Agência Senado, na ocasião, Mota destacou sua contribuição na Anvisa para o enfrentamento da Covid-19 e salientou a necessidade de um olhar especial do órgão regulador para o momento pós-pandemia.
Mota tem graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Goiás (2000), pós-graduação em Gestão Financeira pela Universidade Alves Faria (2005) e especialização em Vigilância Sanitária pela Fundação Oswaldo Cruz (2008).
O novo diretor ingressou na Anvisa em 2005, como analista administrativo. Na Agência, ocupou os cargos de gerente de Orçamento e Finanças (2011 a 2015) e de gerente-geral de Gestão Administrativa e Financeira (2015 a 2020). Desde 2020, atua como diretor substituto. Com efetivação, a Diretoria Colegiada da Anvisa volta a estar completa, com cinco diretores.
Antes de indicar Mota, o presidente Jair Bolsonaro pretendia fazer a indicação para o cargo na Anvisa do tenente-coronel da reserva do Exército Jorge Luiz Kormann, que foi Secretário Executivo Adjunto do Ministério da Saúde, de acordo com informação publicada pelo Valor. Contudo, teria pesado contra essa possível sugestão o fato de o militar ter sido tido como negacionista durante a pandemia.
Kormann esteve envolvido em 2020 na tentativa de mudança de contabilização dos mortos pela Covid-19. Conforme o jornal, vieram a público postagens nas redes sociais nas quais ele criticava a Coronavac e ofendia adversários de Bolsonaro. Atualmente, ele é diretor do Departamento de Articulação e Estratégia de Comunicação da Secretaria de Comunicação Institucional do Ministério das Comunicações.
Mulher farmacêutica
A antecessora de Romison Rodrigues Mota, Alessandra Bastos Soares, formada em Farmácia pela Universidade Metodista de Piracicaba (SP), foi a primeira mulher na diretoria da Anvisa, cargo que ocupou por três anos. Bisneta e neta dos antigos boticários e com cerca de 20 anos no setor farmacêutico, ela passou pela área acadêmica, drogarias, farmácias das redes pública e privada, além de hospitais.
No ano em que assumiu a diretoria da Anvisa (2017), Alessandra concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, na qual citou a importância do papel da mulher farmacêutica.
“Eu me sinto muito realizada como uma mulher profissional farmacêutica. Por tudo. Pelos desafios que a vida nos traz no papel de mulher, de mãe, de dona de casa, de cuidar da família. Agora também como farmacêutica, em usar a minha sensibilidade, a minha habilidade feminina para executar o trabalho que executo. Sinto-me absolutamente realizada”, afirmou Alessandra.
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A ex-diretora concluiu a entrevista incentivando as mulheres buscarem seu sonho na profissão. “A mulher tem capacidades e habilidades incríveis. Um domínio de vários assuntos ao mesmo tempo. Perspicácia. A mulher tem uma natureza curiosa, audaz. Apropriem-se primeiro das suas características, das suas habilidades enquanto mulheres, esse é o primeiro passo. Definam o seu limite para que sejam respeitadas como mulheres, como pessoas e profissionais. Estudem muito, trabalhem com afinco, com responsabilidade. Encham o pulmão de ar, enfrentem o novo e as dificuldades com leveza, com graça e com muito pulso firme”.
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