A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o dicloridrato de capmatinibe monoidratado (Tabrecta), da Novartis, voltado para o tratamento de adultos com câncer de pulmão metastático de células não pequenas que apresentam uma mutação no gene MET.
Medicação é indicada para primeira ou segunda linhas de tratamento, independentemente da terapia anterior, e atende à necessidade de pacientes que frequentemente demandam inovações para esse tipo de câncer. Pesquisa global da empresa demonstrou uma resposta de 68% para primeira linha de tratamento e de 41% para a segunda.
Esse estudo também evidenciou uma duração mediana de resposta de 12,6 meses em pacientes sem tratamento e de 9,7 meses em pacientes previamente tratados. Com relação ao perfil de segurança, foi observada uma incidência de menos de 20%, sendo os sintomas mais prevalentes náuseas, fadiga, vômitos, dispneia e diminuição do apetite.
Aprovado também pela Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador de medicamentos dos Estados Unidos, o medicamento foi reconhecido pela agência daquele país como uma terapia inovadora, uma vez que tem como alvo uma doença grave ou com risco de vida e demonstra uma melhoria substancial em relação às terapias existentes.
“O câncer de pulmão de não pequenas células é uma doença complexa, com muitas mutações possíveis, o que pode dificultar o diagnóstico e o tratamento desta doença”, afirmou o diretor médico da Novartis Oncologia, André Abrahão, conforme o portal 2A+Farma. “Com a aprovação da Anvisa, podemos cuidar dessa forma desafiadora de câncer com uma terapia direcionada, oferecendo esperança para pacientes que apresentam esse diagnóstico”, completou o médico.
No Brasil, o câncer de pulmão é um dos mais incidentes, sendo que apenas no ano passado foram diagnosticados mais de 30 mil casos. “É como se cada mutação do câncer de pulmão correspondesse a uma doença diferente. Então, desenvolver uma medicina de precisão é cada vez mais necessário para identificar o tratamento adequado de acordo com o perfil de cada paciente”, afirmou Abrahão.
Farmacêutico oncológico também contribui com tratamentos
A carreira farmacêutica especializada em oncologia é bastante valorizada no mercado e permite ao profissional atuar em hospitais públicos, privados e filantrópicos. Segundo a Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia (Sobrafo), a atuação do farmacêutico em oncologia começou a ser delineada a partir dos anos 1990, com base em normativas internacionais e trabalhos implementados em grandes centros hospitalares.
Em 1996, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) editou a Resolução 288/96, que estabelece como atribuição exclusiva do farmacêutico a manipulação de quimioterápicos ou citotóxicos. “Essas terapias são consideradas críticas por utilizarem quantidades terapêuticas muito próximas das doses tóxicas e se destinar a pacientes imunossuprimidos pela doença ou pelo próprio tratamento. A tarefa da manipulação criteriosa dessas doses gerou a necessidade do estabelecimento de rotinas e adequação de áreas físicas específicas, demandando ao farmacêutico um intenso aperfeiçoamento técnico”, destaca a Sobrafo.
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Para o farmacêutico especialista em farmacologia e professor de Farmácia Hospitalar e Clínica do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico Nelson Belarmino, “atuar em oncologia é algo fascinante”. E quando essa atuação é unida à pesquisa, o casamento é perfeito, diz. “Trabalhar com oncologia é ter a certeza de que você está ali para dar o melhor de si. É saber escutar e resolver ao máximo a situação do seu paciente. Enfim, é se envolver com seus pacientes e, junto deles, lutar para que uma melhor qualidade de vida seja alcançada”.
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