A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou no início deste mês, dezembro de 2020, o primeiro caso de infecção por Candida auris (C. auris) em território nacional. O fungo foi identificado em uma amostra de ponta de cateter de um paciente, de 59 anos, internado na unidade de terapia intensiva (UTI) em um hospital do Estado da Bahia.
Em decorrência da gravidade da situação, o órgão sanitário emitiu, nesta quarta-feira (23/12), a Nota Técnica 11/20, que traz orientações para identificação, prevenção e controle de infecções por C. auris em serviços de saúde.
Segundo a Anvisa, "a publicação tem como objetivo atualizar os critérios e os fluxos de encaminhamento de isolados para a rede nacional para identificação de C. auris em serviços de saúde; orientar os laboratórios de microbiologia quanto à identificação do fungo; reforçar a necessidade de vigilância nos serviços de saúde; e reforçar a necessidade da adoção de medidas de prevenção e controle para evitar a disseminação" do fundo no Brasil.
A Agência lembra ainda que “é importante esclarecer que já disponibilizou dois alertas sobre o tema”, no início de dezembro, quando foi confirmado o primeiro caso de Candida auris no País.
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Logo quando o caso foi confirmado, um dos comunicados da Anvisa destacou que a “Agência estava trabalhando na revisão do Comunicado de Risco para contemplar a nova situação epidemiológica do País, a inclusão de outros laboratórios como referência para a rede nacional e as novas evidências científicas disponíveis”.
Nesse sentido, recomendou “que os serviços de saúde e laboratórios de microbiologia estejam alertas às orientações previstas nesses documentos (veja aqui), para que ações de prevenção e controle da disseminação desse fungo sejam adotadas de forma oportuna e segura”.
O fungo
Segundo a Anvisa, o “C. auris é um fungo emergente que representa uma grave ameaça à saúde global e foi identificado, pela primeira vez, como causador de doença em humanos em 2009, no Japão”.
A Agência destaca ainda que “algumas cepas de C. auris são resistentes a todas as três principais classes de fármacos antifúngicos (polienos, azóis e equinocandinas) e sua identificação requer métodos laboratoriais específicos, uma vez que pode ser facilmente confundida com outras espécies de leveduras, tais como Candida haemulonii e Saccharomyces cerevisia”.
Nesse sentido, em decorrência à sua resistência aos medicamentos, e por ser responsável por infecções hospitalares, o C. auris é considerado um dos fungos mais temidos do mundo.
A recente Nota Técnica 11/20 da Anvisa pode ser acessada por meio de um documento divulgado em comunicado oficial (veja aqui).
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