Na quarta-feira (24/06), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou dois novos estudos clínicos relacionados ao coronavírus (Covid-19). Os testes serão realizados com os medicamentos remdesivir e ruxolitinibe. Segundo o órgão sanitário, o objetivo das pesquisas é testar os fármacos experimentais no tratamento de pacientes hospitalizados com quadros graves provocados pela doença.
Em relação ao remdesivir, o estudo é de fase 3 e os testes vão avaliar a eficácia e a segurança do medicamento na terapia de pacientes com pneumonia grave provocada pela Covid-19. De acordo com a Agência reguladora, o produto será usado no tratamento de dois grupos, sendo que um receberá a substância associada ao fármaco tocilizumabe e outro será tratado com o remdesivir com placebo.
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Vale ressaltar que o remdesivir foi desenvolvido para atuar como um antiviral de amplo uso. A ideia original era tratar o ebola, contudo, os resultados não se mostraram promissores. O fármaco tem sido utilizado, em caráter experimental e excepcional, no tratamento da Covid-19 em vários locais, como: Estados Unidos, Reino Unido e Japão.
Segundo a Anvisa, o pedido de autorização dessa pesquisa com o remdesivir, em território nacional, foi feito pela empresa PPD do Brasil Suporte a Pesquisa Clínica. De acordo com o protocolo clínico, o estudo deve envolver um total de 105 pacientes.
Já em relação a ruxolitinibe, o estudo também é de fase 3. O órgão sanitário destaca que a pesquisa visa avaliar a eficácia e a segurança desse medicamento experimental em pacientes com “tempestade de citocinas” associada à Covid-19. Esse quadro ocorre quando o organismo gera uma alta quantidade de defesas (citocinas) para tentar combater o vírus. No entanto, essa situação acaba gerando um agravamento do quadro clínico. Nesse caso, a Anvisa informa que a pesquisa é da Novartis Biociências e deve ser realizada com 60 pacientes.
Atualmente, a ruxolitinibe é utilizada no tratamento de pacientes adultos com mielofibrose, que é um tipo raro de câncer do sangue que provoca aumento do baço.
Prioridades
De acordo com a Anvisa, desde que houve o reconhecimento de calamidade em saúde pública no Brasil, que os procedimentos adotados pela Agência buscam dar “celeridade às análises e às decisões sobre qualquer demanda que tenha como objetivo o enfrentamento da Covid-19” em território nacional. Para isso, o órgão sanitário ressalta que desenvolveu estratégias.
“Uma dessas estratégias foi a criação, no âmbito da Gerência Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos (GGMED), de um comitê de avaliação de estudos clínicos, registros e mudanças pós-registros de fármacos para a prevenção ou o tratamento da Covid-19”, explica a Anvisa, por meio de seu portal oficial.
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