Pesquisa realizada entre 5 e 15 de abril, pelo Procon, revela que os preços de medicamentos podem variar até 470,2% de uma farmácia para a outra em Campo Grande (Mato Grosso do Sul). O levantamento foi feito em 15 farmácias e drogarias, tanto da região central, como em bairros periféricos.
A pesquisa abrangeu 171 produtos. Dentre eles, 23 medicamentos apresentaram diferença acima de 200% e outros nove superam 300%.
No comparativo anual, que levou em consideração 142 medicamentos, 36 registraram queda nos preços, em especial a Fluoxetina, com redução de -113,66%.
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Com acréscimo foram encontrados 106 produtos, com destaque para o Cialis, medicamento para disfunção erétil, que teve reajuste de 40%. O comparativo leva em consideração medicamentos que apresentem a mesma formulação, quantidade e peso.
De acordo com o Procon, a maior diferença encontrada foi no ponstan, nome comercial do medicamento ácido mefenâmico, conforme publicou o portal Campo Grande News. Segundo a reportagem, o genérico do ponstan de 500 mg com 24 comprimidos custa desde R$ 7,90 até R$ 45,05. Ou seja, 470% de diferença.
O epocler (citrato de colina mais associações) foi o medicamento que apresentou o menor índice de diferença, tendo preços encontrados de R$ 1,90 a R$ 2,00.
Aumento nos produtos do ‘Kit-Covid’
Houve uma disparidade, também, nos medicamentos que passaram a ser vistos como ‘tratamento precoce’ para a Covid-19, os chamados ‘kit-Covid’. No entanto, cabe reforçar que os produtos que compõem esse coquetel não têm eficácia comprovada para combater o coronavírus. Além disso, as entidades sanitárias já desaprovaram o uso desses fármacos para prevenir ou tratar a Covid-19.
Entre esses medicamentos, a azitromicina apresentou uma diferença de 124,6% entre o maior e o menor preço, com valores variando de R$ 20,10 até R$ 45,16. Enquanto isso, a ivermectina teve diferença de 167,4%, com preços de R$ 27,05 até R$ 48,11.
Para hidroxicloroquina, a diferença encontrada chegou a 96,3%. O medicamento é encontrado com preços de R$ 40,00 até R$ 78,55.
Farmacêuticos recomendam alternativas ao paciente
Como se sabe, sobrepreço dos medicamentos pode gerar impactos para o cliente final, ou seja, o paciente. No entanto, há alternativas que podem ser usadas para garantir que os tratamentos não sofram interrupções devido ao reajuste dos preços, em especial, nesse momento, em que o país enfrenta não apenas uma crise sanitária, mas, também econômica, com reflexos da pandemia atingindo milhões de brasileiros.
Dessa forma, para evitar que pacientes enfrentem complicações nos tratamentos, o farmacêutico e professor da Pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica no ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni, defende que os farmacêuticos apresentem alternativas de medicamentos ao consumidor, porém, todas devem estar dentro das medidas legais.
“O farmacêutico pode utilizar vários aspectos para contribuir com a saúde do paciente. Atualmente, nós temos uma variedade muito grande de marcas de medicamentos, de genéricos e similares, que geralmente são mais baratos que os de referência. Então, cada farmacêutico, dentro das medidas legais, pode fazer essa substituição, obedecendo à legislação vigente”.
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