Com impulso da comercialização de testes para Covid-19, o lucro líquido da Abbott aumentou 218% no primeiro trimestre de 2021, para US$ 1,79 bilhão (R$ 9,83 bilhões), na comparação com os US$ 564 milhões (R$ 3,1 bilhões) do mesmo período de 2020, revelou o Valor.
Os números foram divulgados na terça-feira (20/4) e revelam que o lucro somou US$ 1 (R$ 5,49) por ação, contra US$ 0,31 (R$ 1,7) de um ano antes. No total, a receita do laboratório norte-americano cresceu 35% no período, para US$ 10,46 bilhões (R$ 57,43 bilhões), vindo de US$ 7,73 bilhões (R$ 42,44 bilhões) um ano antes.
Apesar dos resultados positivos, o mercado reagiu com cautela às projeções da companhia. Os analistas ouvidos pela consultoria esperavam por uma receita de US$ 10,69 bilhões (R$ 58,69 bilhões) para o período.
Entre quatro dos cinco Brics (Brasil, Rússia, Índia e China – o outro é a África do Sul) a receita da Abbott aumentou 1% em base contábil no trimestre e 6,7% em uma base orgânica. O crescimento orgânico das vendas foi liderado por um forte crescimento na China, Índia e Brasil.
Segundo o comunicado da empresa, os resultados do trimestre foram impulsionados pelas vendas de seu teste contra a Covid-19. Na área de diagnósticos, onde se enquadra o fornecimento dos testes, a receita mais do que dobrou, subindo 119%, somando US$ 4,01 bilhões (R$ 22,01 bilhões).
As vendas de nutrição cresceram 6,9%, para US$ 2,04 bilhões (R$ 11,20 bilhões), enquanto as de produtos farmacêuticos aumentaram 2,5%, para US$ 1,07 bilhão (R$ 5,87 bilhões). Já a receita de dispositivos médicos avançou 13%, para US$ 3,32 bilhões (R$ 18,23 bilhões).
Vendas de testes no trimestre já superam as de 2020
A busca por testes de farmácia para detectar a Covid-19 tem crescido cada vez mais no Brasil. Somente nos três primeiros meses de 2021, as vendas dos testes já superaram todo o período de 2020, segundo apurou O Globo – enquanto no ano anterior foram feitos 2.032.089 testes rápidos nas farmácias brasileiras, entre 1 de janeiro e 14 de março foram realizados 2.045.469 testes.
Esse desempenho se dá pela oferta maior e melhoria dos testes, que, quando realizados adequadamente, contribuem para preencher uma lacuna deixada pelo setor público, que não consegue fazer a testagem em massa da sua população.
Em 2020, o Ministério da Saúde estimava que realizaria 24,6 milhões de testes PCR até o ano acabar. No entanto, essa quantidade não foi alcançada nem somando as semanas recentes de 2021. Ao todo, o País realizou apenas 59,8% dos testes previstos.
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O aumento de testagem na farmácia pode compensar parte desse problema, avaliam os especialistas. Para o farmacêutico e professor da pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica no ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni, os testes são importantes para identificar e isolar pacientes com o vírus, evitando a disseminação da Covid-19.
Poloni explica como os farmacêuticos devem atuar no atendimento a pacientes com resultados positivos. “O teste deve ser feito com orientação e deve contribuir para a vigilância epidemiológica eficiente, colaborando com estratégias de combate ao coronavírus na saúde pública. Por isso, quando a testagem for positiva, a vigilância em saúde local deve ser informada, para as devidas providências e orientações ao usuário”.
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